Folha de S. Paulo


Seleção mantém invencibilidade e arrecada R$ 1,2 milhão com amistoso

Ueslei Marcelino/Reuters
Diego Souza e Diego comemoram com Dudu o gol da vitória do Brasil sobre a Colômbia
Diego Souza e Diego comemoram com Dudu o gol da vitória do Brasil sobre a Colômbia

Jogadores rivais se abraçando durante a execução dos hinos, sobreviventes aplaudidos de pé pela arquibancada e torcedores cantando "vamos, vamos, Chape" durante a partida.

Neste clima emotivo, a seleção venceu a Colômbia, por 1 a 0, na noite desta quinta-feira (25), no Engenhão. O gol foi marcado pelo palmeirense Dudu no primeiro minuto do segundo tempo.

Foi a sétima vitória seguida do time nacional comandado por Tite. Desta vez, a equipe contou apenas com jogadores que atuam em clubes brasileiros.

O amistoso foi organizado pela CBF para ajudar os familiares das vítimas da queda do avião da Chapecoense, em novembro, em Medellín.

A partida arrecadou R$ 1.219.675, que serão repassados aos parentes dos mortos. O montante ainda deverá crescer. A CBF também vendeu pela internet ingressos solidários para as pessoas que não foram ao estádio, mas queriam contribuir.

O público divulgado foi de 18.695 pessoas no Engenhão.

Antes do início do amistoso, os organizadores homenagearam as vítimas do acidente. Com os refletores apagados, os torcedores cantavam "vamos, vamos, Chape".

Em seguida, os sobreviventes brasileiros (os atletas Alan Ruschel, Jakson Follmann e Neto e o radialista Rafael Henzel) foram aplaudidos ao entrar no gramado.

Na hora da execução dos hinos dos dois países, os colombianos quebraram o protocolo e abraçaram os brasileiros. Foi uma das raras vezes em uma partida de futebol em que o hino do visitante foi aplaudido pela torcida.

Dentro de campo, Tite avaliou novas opções para o banco de reservas da seleção principal, que volta a jogar pelas eliminatórias do Mundial da Rússia em março. O time enfrentará o Uruguai, no dia 23, em Montevidéu. Em seguida, jogará no Itaquerão, no dia 28, contra o Paraguai.

O amistoso começou movimentado. O ataque brasileiro formado por Lucas Lima, Robinho, Dudu e Diego Souza funcionava. Eles tabelavam rápido e chegavam ao gol adversário com facilidade. Antes dos 15 min, o time já havia desperdiçado três boas oportunidades.

Único titular de um time carioca, o meia Willian Arão era perseguido por parte dos torcedores. A cada toque na bola, era vaiado. Em dezembro de 2015, Arão trocou o Botafogo pelo Flamengo.

Aos 26 min, Lucas Lima quase abriu o placar ao receber um belo passe, uma cavadinha, de Robinho. O santista chutou em cima de González, que mandou para fora.

Pelo lado da Colômbia, a melhor chance aconteceu quando Uribe acertou bola na trave de Weverton e, no rebote, Borja quase marcou.

No intervalo, Tite fez três substituições. O técnico colocou Diego no lugar de Robinho, que deixou o campo no final do primeiro tempo com dores nas costas. Jorge foi colocado na vaga de Fábio Santos. Arão saiu para dar lugar a Rodriguinho.

O gol não demorou a sair. No primeiro minuto, Dudu colocou o Brasil em vantagem. De cabeça, ele pegou o rebote de González e fez o seu primeiro gol pela seleção.

O treinador ainda fez mais três mudanças. Ele colocou Luan no lugar de Diego Souza. Em seguida, Gustavo Scarpa entrou na vaga de Lucas Lima. No final, o botafoguense Camilo, que defendeu em 2015 a Chapecoense, foi lançado no lugar de Dudu.

"Isso tudo o que estão fazendo nos emociona muito. Cada vez ficamos mais fortes", disse Plinio De Nês, presidente da Chapecoense.


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