Folha de S. Paulo


Fifa aprova ampliação da Copa do Mundo para 48 times a partir de 2026

O Conselho da Fifa aprovou por unanimidade a proposta de aumentar a Copa do Mundo de 2026 de 32 para 48 seleções. A decisão foi publicada no Twitter oficial da federação internacional de futebol nesta terça-feira (6).

Hábil articulador, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, negociou nos últimos meses um acordo para colocar mais 16 países na competição e tentar arrecadar mais. Ao ampliar o número de participantes, ele agrada a periferia do mundo do futebol, que terá mais chances de disputar o torneio.

"Hoje trabalhamos e finalmente chegamos à decisão sobre a Copa de 2026 com 48 equipes. A boa notícia é que esse formato pode ser disputado no mesmo número de dias que o formato atual (32), que o time vencedor vai jogar o mesmo número de partidas (7) e que será necessário usar o mesmo número de estádios, mas com 16 times a mais podendo participar, o que para nós é muito bom", afirmou Infantino em coletiva após o anúncio.

Fifa

Pela proposta, as 48 equipes serão divididas em 16 grupos com três times. As duas melhores seleções de cada grupo se classificariam para os mata-matas, que começariam uma fase antes das oitavas de final.

A forma como as 16 novas vagas serão divididas entre as confederações continentais não foi decidida. Segundo Infantino, todas as confederações ganharão mais vagas no Mundial, mas o número exato ainda será discutido nas próximas reuniões do Conselho da Fifa.

"Essa decisão ficará mais para frente. O que é importante decidir agora é o número de times e formato do torneio para que possam começar as preparações para as candidaturas para sede do Mundial", disse. A escolha da sede da Copa de 2026 deve acontecer em maio de 2020.

Inicialmente, Infantino defendia a Copa com 40 times, porém decidiu inchar ainda mais o torneio, agradando mais aliados e com a perspectiva de maior arrecadação. Com isso, o suíço deve conseguir pacificar os ânimos na entidade. Infantino foi eleito em fevereiro, numa votação apertada, com o discurso de moralizar e limpar a Fifa, manchada pela corrupção. Até agora, pouco mudou.

Com a aprovação da proposta, a Fifa vai estimular que pelo menos dois países se unam em torno de candidaturas para receber o Mundial. O presidente da Concacaf (que reúne os países da América do Norte, Central e Caribe), Víctor Montagliani, já declarou que pretende viabilizar a candidatura conjunta de México, Canadá e EUA. Até agora, a Copa do Mundo de 2002 foi a única que teve a organização dividida –Japão e Coreia do Sul.

Copa do Mundo

'MAIS INCLUSIVO'

No mês passado, em Doha, no Qatar, Infantino defendeu o gigantismo da Copa alegando que o modelo é "mais inclusivo". Disse também que a ampliação do torneio beneficiará "o desenvolvimento do futebol em todo o mundo".

Outro interesse é financeiro. A Fifa prevê arrecadar US$ 6,5 bilhões (cerca de R$ 22 bilhões) com o novo formato. Como comparação, a Copa da Rússia, em 2018, deve render US$ 5,5 bilhões (aproximadamente R$ 17 bilhões).

Entidade que reúne os principais clubes da Europa, o ECA é contra a ampliação da Copa alegando um congestionamento no calendário do futebol mundial, além de expor os atletas a contusões. "A política e o comércio não devem ser prioridade exclusiva no futebol", afirmou Karl-Heinz Rummenigge, presidente da ECA e craque da seleção alemã nos anos 1980.

O presidente da Fifa, rebateu as críticas dizendo que nem todos os clubes da Europa são contra a mudança, e destacou que, além de não impactar significativamente no calendário, a ampliação da Copa do Mundo pode ajudar no desenvolvimento do futebol ao redor do mundo.

"A animação de um país que se classifica para a Copa do Mundo é o que mais ajuda a divulgar o futebol. Se um time não se classifica, muitas vezes é um desastre. Mas se a seleção se classifica, é uma festa", afirmou.

Infantino, respondeu ainda às críticas de que a qualidade do futebol na Copa poderia cair com o inchaço. Ele afirmou que no mundo todo o nível do futebol está mais alto, e deu como exemplo a campanha da Costa Rica na Copa de 2014.

"Na última Copa do Mundo, Itália e Inglaterra foram eliminadas pela Costa Rica, que é um bom time", disse.

"Além disso, dizer hoje que a Copa vai ficar maior vai ajudar a aumentar o investimento no futebol em todo o mundo. Seleções que não tinham expectativa de se classificar agora têm. Acho que isso é positivo", completou.

Proposta para a Copa-2026


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