Folha de S. Paulo


Oswaldo é demitido do Corinthians com mais derrotas do que vitórias

Menos de dois meses após ser contratado como quarto treinador do Corinthians para a temporada, o técnico Oswaldo de Oliveira foi demitido do cargo. A saída do comandante do título do Mundial de Clubes de 2000 foi confirmada nesta quinta-feira (15) pela equipe alvinegra, por meio de sua conta no Twitter.

Em sua terceira passagem pelo clube, o treinador colecionou mais derrotas do que vitórias. No total, foram dois triunfos, quatro empates e três reveses. A campanha deixou o time corintiano fora da próxima edição da Copa Libertadores da América-2017, algo que não aconteceu nas duas últimas temporadas.

Corinthians

Oswaldo de Oliveira assumiu o Corinthians em nono lugar no Brasileiro com 45 pontos -dois a menos do que o Botafogo, que na oportunidade era o quinto colocado. O clube encerrou o torneio na sétima posição com 55 pontos -quatro a menos do que o time carioca, que se manteve na mesma colocação.

Antes de chegar ao clube, o treinador dirigiu o Sport no Brasileiro. No total, trabalhou em 38 partidas e somou 44 pontos -aproveitamento de 38,6%. O Inter foi o primeiro rebaixado com 43 pontos.

A contratação de Oswaldo de Oliveira em outubro foi muito conturbada. Insatisfeito com a negociação, que foi conduzida pelo presidente Roberto de Andrade, o até então diretor de futebol do clube, Eduardo Ferreira, entregou o cargo.

O dirigente era a favor da manutenção de Fábio Carille até o final do ano como foi anunciada assim que o auxiliar assumiu a função após a derrota do time para o Palmeiras, que culminou com a saída de Cristóvão Borges.

Já Oswaldo não se envolveu em polêmica neste período e sempre manteve um tom sereno. Foi criticado internamente por comandar atividades de até três horas de duração. Com os ex-técnicos, o tempo no campo do CT Joaquim Grava era menor.

Além de Oswaldo, Cristóvão Borges e Carille, o Corinthians ainda foi dirigido neste ano por Tite, que deixou o cargo para assumir a seleção.

TERCEIRA PASSAGEM

Essa foi a terceira passagem de Oswaldo de Oliveira pelo Corinthians. Em 1999, iniciou sua carreira de treinador na própria equipe alvinegra com um desempenho excelente. Ele conquistou o Campeonato Paulista, o Brasileiro e no ano seguinte o Mundial de Clubes da Fifa.

Em 2004, retornou ao Corinthians, mas sua passagem durou quatro meses e foi encerrada com um aproveitamento de apenas 37,5%.

Desde as conquistas com o clube, Oswaldo não ganhou mais títulos nacionais -venceu apenas Estaduais.

'FALTA DE RESULTADOS, NÃO MOTIVAÇÃO POLÍTICA'

No início da tarde, o presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, concedeu entrevista coletiva para falar sobre a saída do treinador. Para ele "faltaram resultados".

"Trouxemos o Oswaldo porque acreditávamos na competência dele, ele passou pelo Corinthians e conquistou grandes títulos. Sabíamos que não dava para fazer muita coisa nesse curto espaço de tempo, mas a resposta dada nesses dois meses de trabalho também não foi o mínimo que esperávamos. Poderiam acontecer resultados bons, sim, mas eu não tenho bola de cristal. No futebol a cobrança é grande", disse Andrade.

Com um processo de impeachment aberto contra o seu mandato, Andrade comentou se a demissão de Oswaldo, cuja permanência era mal vista por dirigentes do clube, teria sido decidida por motivação política.

"O Corinthians não espera resolver problema político para atuar e agir. Apesar de terem pedido meu impeachment –eu já entreguei minha defesa na Comissão de Ética–, sigo trabalhando. Se todo mundo estiver contra o Oswaldo e eu estou tirando o Oswaldo, acho que estou agradando. Mas não fiz isso para agradar, não por problema político, mas em prol do Corinthians. Se isso contribuir (contra o impeachment), ótimo."

Segundo o presidente, ainda não há nomes para assumir o time, e o clube agirá o mais rápido possível, mas com cautela. Ele só citou o perfil que procura: "um técnico que ganhe", afirmou.

"Se [a definição do nome] for esse ano, melhor. De repente, amanhã a gente consegue. De repente, não. Todos os treinadores hoje se credenciam para trabalhar no Corinthians, sem exceção."

Questionado sobre a possibilidade de o auxiliar técnico Fabio Carille, que treinou o Corinthians neste ano, reassumir a equipe, Andrade descartou. "Não, no momento traremos um nome [do mercado]. Não que ele não mereça."

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