Folha de S. Paulo


'Se não sentir falta, talvez nem volte mais ao futebol', diz Cuca

Campeão brasileiro, Cuca não é mais técnico do Palmeiras, time que deixou para cuidar da família e viajar à Europa para aprender mais sobre treinamentos. No entanto, ele pode não ser nem mais treinador.

Em entrevista à Folha, ele diz que está cansado e que, caso não sinta falta do futebol, não voltará a dar instruções à beira do gramado. Além disso, Cuca também comenta com detalhes a campanha do título, o que fará no futuro e o impacto que sofreu com a tragédia da Chapecoense.

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Folha - Você é palmeirense de infância e jogou aqui em 1992. Como é ser campeão pelo clube ?
Na verdade, eu trabalhei esse ano só porque era o Palmeiras. Tinha meus problemas para resolver e deixei tudo para trás. Eu não podia fracassar aqui. Em 1992, eu joguei naquele Parque Antarctica [aponta para quadro com foto antiga do estádio em sua sala], fiz o sinal da faixa, mas não conseguimos ser campeões. Eu vim para ser campeão. Eu não ganharia o Paulista, porque cheguei no final do campeonato, e não ganharia a Libertadores, porque só tinha uma chance mínima. Eu teria a regularidade no Brasileiro. Por isso eu prometi que seríamos campeões, confiando no trabalho e nos jogadores. Hoje é muito fácil falar, mas foi muito difícil. Chega o final do ano e estou acabado.

Em algum momento achou que não ia dar certo?
Não. No começo, quando ganhamos do Atlético-PR, depois perdemos da Ponte Preta, ganhamos do Fluminense e perdemos do São Paulo, eu sabia que era um time ainda tentando encaixar. Aí deu uma encaixada. Demos uma caída quando perdemos o Prass e o Gabriel Jesus. Aí perdemos para o Atlético-MG, para o Botafogo e empatamos com a Chapecoense. Aí eu disse 'opa, precisamos voltar a ganhar'. Não estávamos mais praticando aquele futebol bonito e vistoso. Mas a gente praticou um futebol mais seguro. Ali passamos a ser a defesa mais sólida, que não tomava gol. Tanto que no segundo turno só perdemos para o Santos. Acho que ali passamos a ser o time que podia até não jogar bonito algumas vezes, mas queria ser campeão. E essa era a nossa maior beleza.

Qual foi o jogo mais marcante da campanha para você?
Eu fiz todos os cálculos naquele quadro, defini quais jogos a gente precisava ganhar e quais eram as partidas de descarte, que a gente talvez não pontuasse. Eu sabia que com 74 pontos seríamos campeões. Hoje, com 74, teria dado certo. Trabalhamos em cima desse número. Fizemos 'banners' para motivar os jogadores: faltam nove vitórias. Isso é comprometimento que você cria.

O jogo mais marcante para mim foi contra o Corinthians no Itaquerão. A gente tinha jogado com o Flamengo na quarta-feira, empatamos e ficamos um ponto na frente. No sábado, se a gente perde ou empata o Flamengo jogava com o Fiegueirense no Pacaembu. Se ganhassem, eles passavam. E o Flamengo embalado é muito difícil de retomar a liderança dele. E o nosso time é jovem, não é cascudo. Falamos que não podíamos deixar o Flamengo passar.

Sem Vitor Hugo e sem Gabriel Jesus, fizemos um jogo taticamente perfeito. E vencemos. E depois do jogo, ajoelhamos em Itaquera e agradecemos a Deus, porque aqueles 20, 25 que estavam lá enfrentaram 40 mil corintianos fortes, gritando o jogo inteiro, confusão com a polícia. Controlamos maravilhosamente o jogo e ali eu senti que estávamos prontos para sermos campeões.

E o lance mais marcante?
O gol que o Zé Roberto tirou de barriga contra o Cruzeiro, em Araraquara. Seria um gol que faria a gente perder pontos e a confiança do torcedor. E tomaríamos um gol de um jogador nosso, o Robinho.

Em um ano que deu tudo tão certo, como ter firmeza em decidir parar?
Eu tinha um projeto, uma prioridade de vida, que mesmo que não tivesse vencido eu seguiria. Em nenhum momento pensei em voltar atrás na minha palavra. Era minha promessa para a minha família.

Qual é a melhor coisa de trabalhar no Palmeiras?
O melhor é ganhar no Palmeiras. A gente não tem ideia do que significa ganhar esse Brasileiro aqui. Eu falo para os jogadores que eles não estão tirando um peso de 22 anos do clube, mas estão pondo uma fotografia para a posteridade. Quando você entra no vestiário, tem imagens dos campeões. Quando você morrer, seus filhos, netos e bisnetos verão o seu nome no vestiário do Palmeiras. Essa é a maior conquista: colocar nossa marca na Sociedade Esportiva Palmeiras. Não basta ser campeão: trata-se de deixar o nome na história.

E a mais mais difícil?
A ansiedade que pairava e passava da arquibancada para o campo. Existe uma vontade da torcida de ser campeã antes do tempo, e isso não vai acontecer, tem que esperar. Às vezes não se conseguia tocar a bola com tranquilidade, e os jogadores se queixavam comigo: 'ah, professor, a torcida não tem paciência'. E é um time jovem, e isso me preocupava. Eu tinha muito medo de perder um jogo em casa e a torcida e o time perderem a confiança. Porque aí tudo acontece junto e o time entra em crise. E tivemos jogos cruciais e muito perigosos. Contra o Sport; contra o Internacional, chovendo e parecendo Gauchão; contra o Botafogo, com sol que parecia do Rio.

Você vai para Espanha, Itália e talvez Inglaterra para ver treinos. O que espera encontrar lá?
Cada um tem uma maneira de pensar, e eu quero ver esses treinos, observar na prática. Eu quero ver coisas novas. Novos conceitos enriquecem seu saber. Quero saber como estão sendo feitos os trabalhos anaeróbicos, em que quantidade estão sendo feitos. A gente tem que estar em evolução. Infelizmente, a evolução acontece da Europa para cá. Mourinho, Guardiola, Conte. Quero ver tudo isso com minha esposa e filhas. Na Itália, vou acompanhar o Mauricio Sarri, técnico do Napoli de quem pouca gente fala, mas que eu já acompanho desde os tempos do Empoli, que tem feito muitas coisas boas.

O Sarri joga em um sistema mais parecido com o seu, certo?
Hoje o Sarri joga no 4-3-3, com velocidade pelas pontas, às vezes com um centroavante fixo, que eu não gosto muito. Eu gosto de alguém que flutue mais, que saia da função do 9, tire o zagueiro da zona de conforto.

O sistema da moda é o 4-1-4-1, que não é o seu.
Eu não tenho número específico. Eu vario muito. O jogador tem que recompor logo, passar a linha da bola, estar agrupado para defender e atacar. Se você consegue roubar a bola lá na frente e manter a posse lá é melhor. Os números inexistem, não gosto de limitar o jogador a isso. Eu quero que dê uma varzeada, uma peladeada às vezes. Se o adversário estiver ter marcando, ele não vai entender, vai entrar em parafuso.

Tchê Tchê e Gabriel Jesus peladeiam bem.
Se largar o Tchê Tchê ele vai para a ponta direita, para a esquerda, na lateral. Você vai criando alternativas assim. O Gabriel Jesus também, que há pouco tempo estava na várzea, se mexe de um lado para o outro, cria opções. Senão fica muito difícil jogar com a marcação encaixada.

Para o ano que vem, o Palmeiras só tem centroavante que joga mais fixo: Alecsandro, Barrios, Leandro Pereira. Se quiserem manter seu esquema, terão que achar um substituto para o Jesus.
Vai ter que achar. Mas não sei, agora entra o Eduardo [Baptista] e ele vai montar o time do jeito dele. Vou ficar de longe, só torcendo.

Além dos treinos, você também vai tentar ver o papa, sim?
Vou, é um sonho meu poder dar um beijo no papa. O padre estava aqui ontem, vai me ajudar. Vou levar uma camisa do Palmeiras para ele. Quem é que consegue ver o papa, gente?

E o que você acha do papa Francisco?
Acho ele maravilhoso. A gente nem pensa que ele é argentino. Quem dera todos argentinos fossem assim. Mas não tem como. Ele vale por todos os argentinos, então.

Então toda botinada que se toma na Libertadores agora tem que pensar no papa.
Mas é difícil jogar com argentino aqui no Brasil. Lá eles propõem o jogo. É engano você pensar: nossa, vai ser difícil ganhar deles lá. Não. Aqui é que é fogo. Eles não se interessam em sair. A gente tem que aprender isso. O jogo da Argentina tem que ganhar lá.

Uma das atuações mais feias do Palmeiras recentemente foi contra o Rosario, da Argentina, sob o comando do Marcelo Oliveira, quando ganhou, mas não quis propor jogo.
Pois é, eu lembro desse jogo. Mas a gente poderia ter ganhado deles lá depois. Se a gente não perde o Gabriel Jesus, a gente ganhava. Estava 2 a 1 para a gente, passaríamos de fase. Mas é como eu digo sempre: 'tudo o que Deus faz é bom'. O Brasileiro estava guardado para a gente.

A ideia é voltar quando ao futebol?
Não sei. Quero ver o quanto que vou sentir de falta. Também é bom para ver se a gente faz falta para o futebol. Se a gente não sentir falta, pode ser que nem volte mais. Estou cansado. Mentalmente. Comecei em 1998 no Uberlândia e não parei mais. Não é fácil lidar com tantas pessoas. Não é fácil chegar na cara de um jogador e falar: 'olha, não vou contar com você'. Eu fiz isso no Atlético-MG com 19 pessoas. É a pior coisa que tem no futebol. O jogador pergunta o porquê, fala que é mais do time do que você. Quem comanda tem que agir assim, infelizmente.

O que mais vai fazer no período sabático?
Ficar em casa, cuidar dos bichos. Em Curitiba, tenho veado, lhama, papagaio, pavão, arara, cavalo, porco Tudo registrado no Ibama. Ando muito a cavalo. Adoro contato com os bichos. Quando os papagaios nascem, eles demoram muito para aprender. Depois, quando você menos espera, eles começam a cantar. É tão gostoso.
Vou pescar também, no mar. Eu e meus irmãos entramos no barquinho e vamos. Mais que peixe, você pega raiva lá. Tá difícil de pegar peixe. Pescamos anchova, dourado. Também pegamos porquinho, peixe de couro, bom de briga e bom de comer. Nós que limpamos, mesmo. Comer peixe fresco é outra coisa. Que coisa boa.

Se o Palmeiras estiver sem técnico e te chamar, você volta?
Não, tem que dar um tempo. Como que eu posso falar que volto no ano que vem? Como que entra o treinador que vai me substituir? Não vou colocar pressão, em 2017 não volto. No futuro, a gente volta.

Que dica você dá para o Eduardo Baptista, que deve ser o novo treinador?
Se ele precisar, ajudo em tudo o que for possível. Ele pode me ligar e pedir tudo o que quiser.

Você está usando o boné do Alberto Valentim, assistente técnico que não permaneceu. Foi uma perda do Palmeiras? Deveriam tê-lo colocado como técnico?
O Alberto foi uma gratíssima surpresa para mim. Não esperava tanto dele quanto eu vi aqui. Os trabalhos dele são todos de nível europeu, campo reduzido, agrupar o time de um lado para outro. Trabalhos revolucionários, que eu não conhecia. É um estudioso com ambição de ser treinador. No Red Bull, ele vai mostrar o poder dele no dia a dia de jogo. Torço e rezo para que seja tão bom quanto foi comigo. Ele me ajudou muito no Palmeiras e tenho certeza que vai ser um dos grandes nomes do nosso futuro.
O Valentim tinha que continuar no Palmeiras, como auxiliar ou qualquer outra função. É uma perda, infelizmente. Quem sabe um dia ele volte também.

O que projeta para o Palmeiras em 2017?
Torço para que o Mauricio [Galliote, que assumirá como presidente do Palmeiras em 15 de dezembro] faça um bom trabalho. Pensa num cara humilde, gente boa, ponta firme. Bate pelada junto com a gente, joga legalzinho. Mas vai ter uma comparação absurda com o Paulo Nobre, de quem ele vai precisar. O Paulo é gente boa também, sabe disso, e vai colaborar.

Há três jogadores prestes a serem anunciados: Keno, Raphael Veiga e Hyoran. O que pode falar deles?
São jovens promissores. O Keno (27 anos) não é mais tão jovem, mas fez grande campeonato. O Palmeiras sabe que tem uma competição grande pela frente.

Você que pediu?
O Alexandre [Mattos] me perguntou e falei que gostava.

Você gosta de montar elencos. Foi assim no São Paulo e no Atlético-MG. Tem participado da montagem do Palmeiras para 2017?
O Alexandre sabe, agora é com ele. Seria antiético se eu falasse. Agora eu não participo mais, quem deve estar conversando com o Alexandre é o Eduardo [Baptista].

Esse time foi montado a oito mãos: Paulo Nobre, Alexandre Mattos, Marcelo Oliveira e você. Isso dificultou?
Eu trouxe três. O Cuquinha indicou Róger Guedes e Mina. Ele tem um olho clínico. Eu fui buscar o Tchê Tchê, liguei para ele. 'Vem para cá, me ajuda'. Liguei para o Vampeta, que me ajudou muito. Palmeiras tem que agradecer a ele. Tchê Tchê estava enroscado, Vampeta foi fundamental, liberou o jogador. Trouxe também Fabiano e Fabrício na troca com o Cruzeiro.

O Fabrício pouco jogou.
Mas ajudou muito. Você não tem noção, porque julga pelo que ele joga, não tem outro jeito, e está certo. Mas nos bastidores, ele ajudou demais. É um cara profissional, não bebe, leva toda a alegria para o vestiário, e quando vê problema interno vai resolver por você.

O elenco está inchado?
É muito difícil para o treinador quando ele chega em um processo montado e tenta colocar a imagem dele. Não tem como exigir de um jogador o que você quer. Você só pode exigir o que ele pode dar. Eu demoro um tempo para poder entender o que está feito, e assim vem as derrotas do começo, e não tem outro jeito. Depois vou conseguindo moldar.
Eu não gosto de trabalhar com um número tão grande de jogadores. Gosto de promover valores novos, o que fica mais difícil, e também tive que deixar de fora muitos jogadores bons. Jogadores da base como o Artur, o Augusto e o Vitinho, que ganhou quatro quilos de massa magra, podiam ter jogado mais vezes. Em um elenco como esse, jogadores conceituados como Arouca, Barrios, Leandro Pereira, Roger Carvalho tiveram pouquíssimas chances. Não é porque você não quer por.

Esse excesso de jogadores gerou discussões no vestiário?
Não. Houve uma discussão minha com o Rafael Marques por uma cobrança excessiva minha no jogo contra o Coritiba. Eu queria que prendesse uma bola no ataque porque eu tinha uma lembrança viva do gol da Ponte Preta que tomamos porque não prendemos a bola. Do mesmo jeitinho. Aí cobrei um pouco a mais dentro do vestiário e houve uma discussão. Mas nada anormal. Rafael é meu amigo, só tenho coisas boas para falar dele

E com o Paulo Nobre?
Falaram que tive quatro brigas com ele. Não tive nenhuma. A maior dificuldade que se tem no Palmeiras são as fofocas. Sai muita coisa daqui que não é verdade. E olha que diminuiu muito. Levo o Paulo como um amigo. O Palmeiras é um antes dele e outro depois.

Quem é o melhor jogador no país hoje?
Era o Gabriel Jesus. Une a força, a velocidade, a polivalência e sabe fazer gols. Como finalizador, faz gols. Como velocista, é armador. Em uma jogada sozinho ele cria uma solução. Como tem feito na seleção.

E quem você queria ter de outro time?
Gosto muito do Diego, do Flamengo. Gostoso de ver um jogador que veio da Europa e se adaptou bem. Tinha dúvidas. O Alexandre até tentou, mas havia impossibilidades. Robinho, na China, não estava jogando. Não era titular com o Felipão. Voltou muito bem e é tão difícil jogar contra ele. Ele eu não pedi.

Você destacou que o Palmeiras ganhou o campeonato na garra, na raça.
O que é raça? É uma vontade enorme de disputar uma jogada. Na maioria das vezes o torcedor fica mais satisfeito com isso do que uma caneta, um chapeuzinho. Tínhamos raça e qualidade. Palmeiras sempre teve jogador de técnica, de qualidade. Hoje, temos o Dudu, o Cleiton Xavier. O Moisés não é craque, mas quem não quer?

A tragédia com a Chapecoense aconteceu dois após o jogo com vocês. Como foi?
Eu estava em casa vindo do jantar de comemoração do título, cheguei à uma da manhã em casa, e pouco depois fiquei sabendo do acidente. Fiquei o dia inteiro trancado no quarto, vendo televisão e a maior parte do tempo chorando. É um baque muito grande

Me lembro do Alan Ruschel me pedindo água no jogo, estava muito calor. Me lembro de entrar no campo depois do jogo e abraçar o Sérgio Manoel, o Kempes, o Gimenez. E pouco tempo depois esse pessoal estava morto. Você não consegue entender as coisas, não consegue associar o pensamento com o sentimento. É a pior coisa do mundo. Peguei na barba do Caio Júnior e puxei, brinquei.

Futebol vai melhorar. O ser humano se solidariza na dor. Como é bom a gente ver o povo colombiano fazendo aquilo. O Cavani, a Inglaterra toda se solidarizando. Como é bom ver as torcidas se unindo, gritando pela Chape. Que a dor sirva de lição para todos nós, e que não haja mais violência como no último Palmeiras e Corinthians, que mataram um corintiano.

Nesse período sabático, a superstição vai te abandonar?
Eu pus uma calça vinho e segui com ela. A imprensa falou 'olha lá o Cuca com a calça da sorte'. Quando que eu disse isso? Todo mundo que é supersticioso. A calça é gostosa, é bonita, elástica, tem o cós alto, pode abaixar que não aparece o cofrinho. É tudo de bom! Tem bolso para colocar o meu santinho.

Mas a história do coração de boi pendurado no vestiário do Botafogo é verdade.
Isso foi em um jogo contra o Sport pelo Botafogo. Mas não é superstição, é motivação. Precisava mexer com o time. Estavam lá os guris, Lucio Flávio, Jorge Henrique, Diguinho, e o time estava frio. Amarrei o coração de boi com uma atadura. No começo eles estranharam, mas depois todo mundo passava, dava soquinho, 'tá, tá'. O problema foi que esquecemos de tirar depois que acabou o jogo e todo mundo ficou falando que eu fazia magia negra. Ficaram procurando as velas.

O que mais você faz nesse sentido?
Gosto de dar uma mexida na água. Uma vez eu perdi do Boavista e a gente foi eliminado. E o presidente do Botafogo [Bebeto de Freitas] me disse que o dinheiro perdido nas arrecadações futuras serviria para pagar os funcionários. Aquilo entrou como uma faca no coração. E veja como Deus é bom: dois meses depois estávamos em um jogo decisivo contra o Vasco. E então eu cobrei a promessa do Bebeto. Levei todos os funcionários para o vestiário do Maracanã e falei para os jogadores que eles tinham que ganhar o jogo por eles. Não tinha como perder. No dia seguinte, o Bebeto pagou. Gosto de mexer assim.


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