O empresário Mauricio Percivalle Galiotte, 47, foi confirmado na noite deste sábado (26) como o 39º presidente do Palmeiras.
Candidato único e atual primeiro vice-presidente, ele recebeu 1.639 votos dos 1.733 eleitores presentes. A outra opção era o voto em branco.
O clube tem nove mil pessoas aptas a votar, entre associados e conselheiros.
Galiotte precisava de apenas maioria simples para se eleger, ou seja, a metade dos eleitores presentes mais um.
O novo presidente comandará o clube pelo biênio 2017-2018. O mandato dele começa em 15 de dezembro, segundo o clube.
EMPRESÁRIO
Galiotte tem um perfil profissional mais tradicional que o do atual presidente, Paulo Nobre, membro de família riquíssima e investidor financeiro.
Nascido em São Paulo, é formado em administração de empresas pela PUC com pós-graduação em marketing pela Faap. Atualmente é proprietário de uma fábrica de chaves e fechaduras em Barueri, na Grande São Paulo.
Fundada em 1948, a empresa de grande porte tem galpão de 2.500 metros quadrados e capital social de mais de R$ 13 milhões.
Sócio do Palmeiras desde 1978, defendeu o clube nas categorias de base do futebol e do futsal entre 1979 e 1987. Em 2001, iniciou sua trajetória política ao ser eleito como suplente do Conselho Deliberativo. Em 2004, na gestão de Mustafá, foi escolhido como conselheiro efetivo.
Entre 2007 e 2008, foi diretor de esportes amadores na gestão de Della Monica. Já sob a presidência de Luiz Gonzaga Belluzzo, nos dois anos seguintes, foi diretor social.
AUSTERIDADE
Primeiro candidato único à presidência do clube desde 1999, quando Mustafá Contursi foi reeleito para seu quarto mandato, Galiotte é visto como um "pacificador". Tem habilidades diplomáticas que podem vir a calhar no novo momento político que se avizinha no Palmeiras.
No seu segundo mandato, o atual presidente Paulo Nobre trouxe jogadores renomados e teve gastos vultosos com contratações, sendo que boa parte deles só pôde ser viabilizado devido ao empréstimo de mais de R$ 150 milhões que fez ao clube.
Dessa forma, levou o time à conquista da Copa do Brasil em 2015 e pode garantir o título do Brasileiro neste domingo (27). Por outro lado, há quem o critique pelos gastos.
Mustafá, que permanece como a maior força política do clube, pede maior austeridade a Galiotte.
"Espero que seja um mandato de recuperação financeira. Rolamos a dívida com esforço pessoal do Paulo Nobre, mas continuamos em situação complicada e espero que o Maurício tenha austeridade na administração", disse o cartola à Folha.