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Conselheiros do Corinthians pedem o impeachment do presidente do clube

Eduardo Anizelli/Folhapress
O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade
O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade

O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, já prepara a sua defesa contra o pedido de impeachment aberto por um grupo de conselheiros do clube nesta terça-feira (22).

O motivo para a abertura do caso foi a presença de assinaturas do dirigente em atas de reuniões com a Odebrecht sobre a Arena Corinthians com datas anteriores à sua eleição, em fevereiro de 2015. Roberto alega que os documentos só chegaram às suas mãos depois da eleição.

"No processo vamos apresentar provas de que ele só assinou aqueles documentos quando já estava empossado presidente. Inclusive estamos ratificando essa ata no fundo colocando a verdadeira data que ele assinou já empossado. Esse documento vai ser enviado para a CVM (Conselho de Valores Monetários), que permite essa ratificação", afirmou Luiz Alberto Bussab, Diretor de Negócios Jurídicos do Corinthians, à Folha.

A "Revista Época" ainda divulgou no começo de novembro um contrato de locação do estacionamento da arena corintiana assinado pelo dirigente no dia 10 de janeiro de 2015. Roberto só ocuparia o cargo de presidente 27 dias depois da data que consta no documento.

De acordo com Guilherme Strenger, presidente do Conselho Deliberativo do clube, o pedido conta 63 assinaturas –são 345 conselheiros.

"Entrou um pedido de abertura do impeachment. São 63 conselheiros. Não tenho ele ainda em mãos", afirmou Strenger.

Segundo o presidente do conselho, o pedido será encaminhado para a comissão de ética do clube em cinco dias. A comissão dará seu parecer e o presidente Roberto de Andrade terá dez dias para se defender.

Depois, um novo parecer da comissão de ética será encaminhado para a presidência do Conselho, que colocará em votação se o presidente do clube deverá ou não ser destituído do cargo.

"Só pode demorar mais do que isso se houver produção de prova por parte do presidente", completou Strenger.

Caso Roberto de Andrade venha deixar o cargo, o vice-presidente André Luiz de Oliveira, o André Negão, assume em seu lugar.

"Não houve má fé nem dolo e não gerou nenhum prejuízo ao clube. Vamos provar isso no processo", completou Bussab.

O vice de Andrade é investigado pela Operação Lava Jato por receber supostos pagamentos de propina de R$ 500 mil da Odebrecht.

O dinheiro seria relativo à construção da Arena Corinthians, em Itaquera.


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