Folha de S. Paulo


Conmebol pede na Justiça R$ 56 mi de empresa que pagou propinas a cartolas

Norberto Duarte - 23.abr.2013/AFP
Nicolas Leóz, ex-presidente da Conmebol
Nicolas Leóz, ex-presidente da Conmebol, um dos presos pela investigação

A Conmebol (Confederação Sulamericana de Futebol) anunciou que está movendo uma ação judicial para romper a relação contratual com a ISM, empresa que detém os direitos de comercialização de patrocínio da Copa Libertadores da América.

A entidade ainda pede a recuperação de US$ 18 milhões (cerca de R$ 56 milhões) pagos à empresa como comissão, desde 1998. A ação está sendo movida no Estado de Nova York.

Em seu site, a entidade diz que a "ISM é a raiz dos atos de corrupção que sacudiram o futebol internacional em maio de 2015, dos quais a Conmebol foi vítima".

Conmebol e ISM estão sendo investigados pelo FBI por escândalos de corrupção no futebol –o mesmo que provocou a prisão do ex-presidente da CBF, José Maria Marin.

A entidade enfatiza que a ISM admitiu à Justiça americana ter pago propina a antigos diretores da Confederação em troca da extensão do contrato para comercialização dos direitos da competição continental.

"Essa é a primeira de várias ações que a Conmebol iniciará nas próximas semanas", explicou Monserrat Jiménez, diretora jurídica da entidade.

Editoria de Arte/Folhapress

O CASO

Em 2015, o FBI deflagrou uma operação que investigava havia três anos a Fifa e suas autoridades por vários crimes, entre eles fraude, subornos e lavagem de dinheiro.

As investigações tiveram início depois de suspeitas sobre a escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 (Rússia) e 2022 (Catar). No entanto, foram expandidas para analisar acordos que órgão máximo do futebol fechou nas últimas duas décadas.

Foram acusados figuras chaves do futebol do continente americano, que teriam movimentado valores em torno de US$ 150 milhões.

Entre os brasileiros envolvidos, o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, foi preso. Ricardo Teixeira, que também esteve à frente de entidade, por 23 anos, e Marco Polo del Nero, o atual presidente da Confederação, também foram acusados.

Além de Marin, três ex-presidente da Conmebol foram presos: Nicolas Leóz e Juan Ángel Napout, ambos paraguaios, e o uruguaio Eugenio Figueiredo.

Da Concacaf (confederação que cuida do futebol da América do Norte, América Central e Caribe) também foram presos o ex-presidente, Jeffrey Webb, das Ilhas Caimã, e o hondurenho Alfredo Hawit, que à época presidia a Confederação.


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