Folha de S. Paulo


'7 a 1 foi lição para o Brasil, mas nada o explica', diz Thiago Silva

O zagueiro Thiago Silva, 32, voltou nesta segunda-feira (3) à seleção brasileira mais de um ano após sua última partida com a equipe. Uma mão na bola, que resultou em pênalti e eliminação para o Paraguai na Copa América do Chile, em 2015, tirou o jogador dos plano de Dunga.

"Isso é passado, ficou para trás", despista o zagueiro em entrevista à Folha. que se negou a falar sobre o ex-comandante da equipe.

O presente, com a troca de Dunga por Tite, o recolocou nos planos da seleção brasileira. O novo técnico conta com o jogador do Paris Saint-Germain para o ciclo da próxima Copa do Mundo, em 2018, na Rússia.

"Sem dúvida, [voltar à seleção] foi um dos maiores objetivos que tive em minha vida. A temporada passada que fiz na Europa foi a melhor de minha carreira. Ficar fora foi um aprendizado", avalia.

Capitão da Copa de 2014, ele não jogou na maior derrota da história da seleção, o 7 a 1 a Alemanha, pois estava suspenso.

"Infelizmente não sei como explicar. Talvez ninguém consiga encontrar uma resposta, mas ficou como lição", afirma o zagueiro.

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Folha - Depois de mais de um ano fora da seleção brasileira, qual é o sentimento pelo retorno?

Thiago Silva - Sem dúvida, [voltar à seleção] foi um dos maiores objetivos que tive em minha vida.
A temporada passada que fiz na Europa foi a melhor de minha carreira. Ter a oportunidade de vestir a camisa da seleção brasileira novamente é um título para mim.

Ficar fora foi um tempo de aprendizado e reflexão de como podemos evoluir, melhorar em tudo. Não somos perfeitos, mas podemos nos aperfeiçoar para sempre crescer no futebol.

O Dunga o deixou fora da equipe após a eliminação da seleção na Copa América. Na época, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, absolveu o técnico e disse que ele não tinha culpa pelo "erro da mão".

Isso [Dunga] ficou para trás, é passado para mim.

Os dois próximos compromissos serão com adversários fracos [Bolívia e Venezuela]. É uma boa hora para voltar?
Eu amo defender a seleção brasileira. Representar meu país é sempre um prêmio, uma realização a cada convocação. Não tem jogo fraco, temos que fazer igual ou tentar aumentar o nosso rendimento que tivemos nas vitórias contra Equador e Colômbia.

Você está com 32 anos. Consegue chegar até a Copa da Rússia?
Minha vontade de vencer não para por aqui. Estou com 32 anos, mas com corpo de 25, 26 anos (risos). Me cuido muito em todos os sentidos. Pretendo jogar por alguns anos ainda na seleção.
Neste momento, quero ter a oportunidade de ajudar a classificar a seleção para a Copa do Mundo e depois trabalhar mais ainda para disputar o Mundial, em 2018.

A Copa de 2014 não deve sair da sua cabeça. Depois de mais de dois anos, o que você acha que aconteceu naquela derrota para a Alemanha. no Mineirão?
Infelizmente, não sei. Talvez ninguém consiga encontrar uma resposta, mas ficou como lição para o Brasil.

Quando você pretende encerrar a carreira de jogador? Já sabe o que vai fazer quando se aposentar?
Ainda estou começando a pensar no que farei quando encerrar, mas permanecer dentro do futebol é algo que me agrada. Não sei ainda qual função me agrada mais. Talvez ser treinador é algo que tenha mais meu perfil do que, por exemplo, ser um diretor técnico, tendo que andar engravatado (risos)

O que você achou dos Jogos Olímpicos?
Sempre acreditei que o ouro poderia vir para o Brasil no futebol.

Mandei mensagem em todos os jogos para o Micale [técnico], e para alguns jogadores, para que não deixassem de acreditar. Sinto como se tivesse nesse título.


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