Folha de S. Paulo


Nuzman será o segundo mais longevo à frente do Comitê Olímpico do Brasil

Com a aclamação na próxima terça-feira (4) de Carlos Arthur Nuzman, 74, para seu sexto mandato à frente do COB, o cartola poderá chega a 25 anos de poder na entidade.

Ele é o segundo mandatário mais duradouro na história do comitê que regula o esporte olímpico nacional. O major Sylvio de Magalhães Padilha foi presidente por 27 anos, de 1963 a 1990.

Este é o último ciclo de Nuzman. Medida Provisória sancionada pela então presidente Dilma Rousseff em 2013 incluiu alterações na Lei Pelé que impôs limite de duas reeleições a dirigentes de entidades esportivas como condição para continuar a receber verbas públicas.

Único opositor declarado, Alaor Azevedo, presidente da CBTM (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa) obteve em abril liminar que barrou a obrigação de que as chapas fossem registradas até o final daquele mês, mais de seis meses antes da realização da eleição.

Nuzman, porém, derrubou a liminar em agosto e, com isso, definiu sua chapa como a única registrada. Azevedo ainda tentará uma reversão para reivindicar possibilidade de concorrer ou ao menos adiar o pleito desta terça.

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NUZMAN E O COB
Dirigente vai chegar a 25 anos à frente da entidade

1995
Após dirigir a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) em duas décadas, Carlos Arthur Nuzman é nomeado presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, tendo como vice André Richer

1996
Em sua primeira Olimpíada à frente do COB, Nuzman vê a delegação conquistar 15 pódios nos Jogos de Atlanta, recorde à época

1999
Cria o Prêmio Brasil Olímpico, que homenageia os melhores atletas do país na temporada; no Pan de Winnipeg, no Canadá, Brasil termina em quarto

2000
No primeiro grande baque, o Brasil termina os Jogos de Sydney com 12 medalhas, mas nenhuma de ouro

2001
Nuzman articula e obtém a aprovação da Lei Piva, que repassa porcentagem da arrecadação de loterias federais para o COB e para o CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro)

2002
Traz os Jogos Sul-Americanos para o Brasil e lidera a vitória da candidatura do Rio sobre San Antonio (EUA) para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2007

2004
Projeto Rio-2012, encabeçado por Nuzman, não é escolhido para a rodada final pelo COI (Comitê Olímpico Internacional); nos Jogos de Atenas, Brasil obtém recorde de ouros à época, cinco

2007
À frente do comitê organizador, Rio recebe o Pan pela primeira vez; evento é considerado bem sucedido e endossa campanha pela Olimpíada de 2016

2009
Rio se torna sede dos Jogos Olímpicos de 2016, e Nuzman afirma que comandará tanto o COB quanto o comitê organizador do megaevento

2012
Nuzman é reeleito para seu quinto mandato no COB e Brasil deixa os Jogos de Londres-2012 com 17 medalhas

2016
Rio sedia os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, com Nuzman à frente do comitê organizador. Apesar da desconfiança internacional, evento transcorre sem temidos problemas como terrorismo; no esporte, Brasil fica aquém da meta estabelecida pelo COB


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