Folha de S. Paulo


Futuro presidente da CBF terá que provar idoneidade à Conmebol

O novo presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) terá que se submeter a um exame de idoneidade. Quem quiser se candidatar ao cargo na próxima eleição da entidade precisa provar que é "ficha limpa", mostrar que não é alvo de investigação e que nunca foi condenado na Justiça.

A exigência do teste de idoneidade é uma determinação da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), que colocou no seu novo estatuto a obrigatoriedade do exame aos candidatos à presidência de suas entidades filiadas, caso da CBF.

Segundo o documento, uma equipe independente avaliará e terá poderes para impugnar a candidatura.

Até então, o postulante à presidência da CBF precisava apenas do apoio de sete federações e cinco clubes para homologar a sua chapa.

O colégio eleitoral da entidade da próxima eleição será formado por 67 membros, divididos em três partes: 27 federações, 20 clubes da Série A e 20 da Série B.

A Conmebol definiu até o modelo a ser seguido no teste de idoneidade: o descrito no Regulamento de Governança da Fifa, que foi criado recentemente para selecionar seus novos representantes.

A exigência da Conmebol é mais uma medida da entidade para tentar limpar a imagem de corrupção do futebol do continente.

Três ex-presidentes da Conmebol —Nicólas Leoz, Eugenio Figueredo e Juan Ángel Napout foram presos em operação do FBI (polícia federal dos Estados Unidos). Ele foram acusados de receber suborno em negócios da federação sul-americana.

O presidente da CBF, Marco Polo del Nero, foi denunciado em dezembro de 2015 pelas autoridades americanas por ser um dos beneficiados no esquema de recebimento de propina na venda de direitos de torneios no país e no exterior. Após o caso, pediu licença do cargo, que voltou a ocupar em abril.

José Maria Marin, seu antecessor, está preso desde maio de 2015 por denúncias semelhantes nos EUA. Ricardo Teixeira, que comandou a confederação até 2012, também foi indiciado.

Além dos brasileiros, dezenas de dirigentes e empresários sul-americanos e da América Central estão presos por causa do escândalo de corrupção no futebol.

O teste de idoneidade poderá embaralhar a corrida eleitoral na CBF. A próxima eleição será em 2018.

O candidato da situação venceu com facilidade as últimas disputas. Apoiado por Marin, Del Nero foi eleito em abril de 2014 com 44 votos dos 47 possíveis.

Votaram em branco os presidentes da federação gaúcha, Francisco Novelletto, e da federação paranaense, Hélio Cury, que faziam oposição à atual gestão. O presidente do Figueirense, Wilfredo Brillinger, não participou.


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