Folha de S. Paulo


'Brexit' passa longe das equipes do Reino Unido na Liga dos Campeões

Carl Recine/Reuters
Football - Manchester City v Newcastle United - Barclays Premier League - Etihad Stadium - 3/10/15 Sergio Aguero celebrates after scoring the third goal for Manchester City and completing his hat trick Action Images via Reuters / Carl Recine Livepic EDITORIAL USE ONLY. No use with unauthorized audio, video, data, fixture lists, club/league logos or
Aguero durante confronto contra o Newcastle pelo Campeonato Inglês

Em tempos de "brexit" —a saída do Reino Unido da União Europeia, decidida em julho deste ano—, há um traço em comum entre os clubes do Reino Unido que disputam o torneio de clubes mais importante do mundo, a Liga dos Campeões, que começa nesta terça-feira (13): a presença de estrangeiros em seus elencos.

Entre as equipes de toda a Europa, ironicamente os britânicos são os que têm os plantéis mais internacionalizados. Com a saída da União Europeia, acredita-se que devem ser enrijecidas as restrições à livre circulação de estrangeiros no Reino Unido. Até agora não há nenhuma definição sobre quais serão as mudanças práticas.

Atualmente, 72% dos jogadores que atuam no Manchester City, Arsenal, Tottenham, Leicester City e Celtic não nasceram na Escócia, Inglaterra, País de Gales ou Irlanda do Norte, países que formam o Reino Unido. Dos 125 atletas dos times britânicos que participarão da Liga dos Campeões, 90 são estrangeiros.

O número é o segundo maior da Europa, perdendo apenas para a Suíça. No entanto, os suíços são representados por apenas um time, o Basel, que tem cinco nativos na equipe e vinte atletas nascidos em outras localidades.

ESTRANGEIROS NA LIGA DOS CAMPEÕES - Origem dos jogadores que disputam o campeonato, em %

ESTRANGEIROS NA LIGA DOS CAMPEÕES - Jogadores de times ingleses

CONTRADIÇÃO

"Essa escolha pelo 'brexit', que é xenófoba, teve apoio maciço na Inglaterra, onde os clubes só conseguem ser competitivos com jogadores estrangeiros e técnicos europeus", analisa John Carlin, jornalista inglês, autor dos livros "Invictus", que inspirou o filme com o mesmo nome sobre Nelson Mandela, e "Anjos Brancos - Entre o Céu e o Inferno os Bastidores do Real Madrid".

Carlin vê o futebol inglês como um "bolha" da realidade política do país. Diferentemente do que acontece em países como Espanha, Itália ou Rússia, onde torcidas usam o esporte para expressar ideologias ou até posições racistas e xenófobas, no Reino Unido isso não costuma acontecer.

"O torcedor do Arsenal, que votou pelo 'brexit', e teve seu time construído por europeus, por um francês, Arsène Wenger, caiu numa contradição total. Mas ele não pensa nisso, pois para ele o estádio, o futebol é uma bolha, não tem ligação com o mundo real, suas convicções políticas", completa.

Comandado pelo francês Arsené Wenger, o Arsenal tem apenas cinco ingleses entre os 25 inscritos para a Liga dos Campeões.

No Manchester City, do técnico espanhol Pep Guardiola, somente Jhon Stones, Fabian Delph e Sterling nasceram no país. Alguns de seus principais jogadores são o atacante argentino Agüero, o meia-atacante belga De Bruyne e o volante brasileiro Fernandinho.

Leicester e Tottenham também são treinados por estrangeiros: o italiano Cláudio Ranieri e o argentino Mauricio Pochettino, respectivamente.

PRIMEIRA RODADA

Terça (13), às 15h45:

Grupo A:
PSG x Arsenal (com EI Maxx 2)
Basel x Ludogorets

Grupo B:
Dínamo de Kiev x Napoli
Benfica x Besikitas

Grupo C:
Barcelona x Celtic (com Band e EI Maxx)

Grupo D:
Bayern de Munique x Rostov
PSV x Atlético de Madri

Quarta (14), às 15h45:

Grupo E:
Leverkusen x CSKA Moscou
Tottenham x Monaco

Grupo F:
Real Madrid x Sporting (com EI Maxx)
Legia x B. Dortmund

Grupo G:
Brugge x Leicester
Porto x Copenhague

Grupo H:
Lyon x Dínamo Zagreb
Juventus x Sevilla (EI Maxx 2)


Endereço da página:

Links no texto: