Folha de S. Paulo


Presos da máfia de resultados são soltos, e chefe ainda não foi localizado

Guilherme Seto/Folhapress
Anderson Silva Rodrigues
Organograma da operação Game Over apresentado pelo DHPP

A Polícia Civil de São Paulo liberou os nove suspeitos por formação de quadrilha e manipulação de jogos que prendeu no começo do mês na primeira fase da operação Game Over, que investiga a tentativa de combinação de resultados em partidas das Séries A2 e A3 do Campeonato Paulista e de divisões inferiores do Norte e do Nordeste para beneficiar grupo criminoso que atua nas bolsas de apostas da Malásia, da Indonésia e da China. A Folha revelou que a Série D de 2015 também entrou no escopo da investigação.

A soltura dos suspeitos aconteceu devido ao vencimento dos pedidos de prisão provisória, que têm prazo de duração de cinco dias, prorrogável para mais cinco. Presos nos primeiros dias de operação, 6 e 7 de julho, o cantor cearense Eduardo Rabelo; o empresário e ex-metalúrgico Wanderley Cordeiro, e seu filho, Wanderley Júnior, vendedor de carros; o "olheiro" (buscador de jogadores) Francisco Jamison Gonçalves; e o ex-jogador Rodrigo Guerra Bonfim foram liberados no início da semana seguinte.

Já o jogador Márcio Souza da Silva, o ex-goleiro Carlos Henrique Luna, o empresário de futebol Jefferson Viola e o treinador Marcos Ferrari tiveram suas prisões provisórias prorrogadas a pedido da Polícia. Segundo a Folha apurou, os investigadores acreditam que os quatro tiveram envolvimento mais intenso com o esquema. Com o vencimento dos prazos de prisão, eles foram liberados. Mesmo soltos, todos devem ser denunciados e, segundo o promotor Paulo Castilho, podem pegar penas de mais de dez anos de prisão.

MÁFIA DOS RESULTADOS
Quadrilha tentava manipular partidas no Brasil para favorecer apostadores asiáticos

Alvo de mandado de prisão provisória, o chefe da quadrilha, Anderson Rodrigues, ainda não foi localizado pela Polícia, que encontrou sua residência na zona norte no Rio de Janeiro, na qual estava apenas a sua mulher.

Rodrigues foi jogador na Indonésia e mantém contato constante com a quadrilha asiática. Era ele quem combinava resultados e valores e, segundo depoimentos dos suspeitos à Polícia, ele vinha trapaceando os demais envolvidos, segurando todo o dinheiro apenas para ele.

Márcio Souza da Silva, que também jogou no país asiático, é considerado subchefe do grupo que atua no Brasil, pois fala indonésio e ajudava Rodrigues nas tratativas.

Além dele, a Polícia também busca Thiago Coutinho, suspeito de aliciar dirigentes, técnicos e jogadores para entregarem os resultados esperados em troca de dinheiro.

Editoria de Arte/Folhapress

Endereço da página:

Links no texto: