Folha de S. Paulo


Calleri deixa São Paulo sem título, mas com três recordes na Libertadores

A derrota para o Atlético Nacional, que culminou na eliminação do São Paulo na Libertadores, não marcou só o fim da trajetória paulista no torneio sul-americano. Ao que tudo indica, o jogo deve ter sido o último de Jonathan Calleri com a camisa do clube.

O atacante, que tem contrato até 31 de julho, irá se despedir do time paulista para agilizar a documentação necessária para defender a Argentina nos Jogos Olímpicos do Rio.

Em entrevista concedida após o desembarque da delegação são-paulina no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, Calleri confirmou que já comunicou o técnico Edgardo Bauza que não voltará a vestir a camisa tricolor.

De acordo com o atleta, o tempo necessário para ir à Argentina, resolver os trâmites burocráticos e se apresentar para o torneio continental não permitirá que ele defenda o clube paulista uma última vez neste final de semana, no clássico contra o Corinthians, que será realizado na arena alvinegra.

"É muito difícil, porque tenho que fazer muitos trâmites na Argentina e depois voltar para jogar. Ontem comuniquei ao Patón, ao presidente e aos meus companheiros que era minha despedida, mas não queria me despedir assim. Pensava ter chance de jogar a final [da Libertadores]. Fica o agradecimento, passei muito bem estes seis meses, foi melhor do que eu esperava. Espero voltar a nos reencontrarmos", disse o atacante, autor do gol de honra do São Paulo na Colômbia.

A passagem do argentino pelo clube do Morumbi foi curta -durou apenas cinco meses e meio-, mas foi tempo suficiente para que ele deixasse sua marca de artilheiro.

Na Libertadores, Calleri bateu dois recordes pelo clube e igualou outro. O primeiro deles foi na partida contra o Trujillanos (VEN), ainda na fase de grupos, no Morumbi.

Na ocasião, o argentino marcou quatro dois seis gols do time na vitória por 6 a 0, e tornou-se o primeiro jogador do time tricolor a alcançar esse feito na história do clube na Libertadores, ultrapassando os ídolos Pedro Rocha e Palhinha, contra Jorge Wilstermann (BOL), em 1974, e San José (BOL), em 1992, respectivamente.

Na partida seguinte, contra o River Plate (ARG), o atacante marcou mais dois, e igualou Luis Fabiano como maior artilheiro da equipe no Morumbi em uma única edição da Libertadores, com seis gols.

Nesta quarta, Calleri atingiu um novo recorde. Com o gol marcado sobre o Atlético Nacional, chegou a nove na competição e superou o mesmo Luis Fabiano, que em 2004 fez oito e ostentava a marca de maior artilheiro do clube em uma única edição do torneio.

Os números do argentino no São Paulo justificam a música que passou a ser entoada pela torcida a cada partida: 'Toca no Calleri que é gol!"

Além das marcas na Libertadores, Calleri é o artilheiro da equipe na temporada com 16 gols, em 31 jogos, uma média de 0,52 gol por partida.

Após ser adquirido por um grupo de empresários junto ao Boca Juniors, clube que defendia na Argentina, Calleri foi registrado no Deportivo Maldonado, do Uruguai e emprestado ao São Paulo no início da tempporada.

Agora, o atleta aguarda propostas do futebol europeu para decidir seu futuro. A Inter de Milão era um dos clubes cotados para receber o atacante, mas a negociação esfriou desde que Calleri acertou com o São Paulo.


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