Folha de S. Paulo


Em sua 1ª Euro, País de Gales vence Bélgica de virada e vai à semifinal

No "hino" que uma das mais importantes bandas galesas, Manic Street Preachers, compôs para a seleção nacional disputar a Eurocopa, canta-se que "o passado ficou para trás, e o futuro é nosso para ser conquistado".

A seleção do País de Gales mostrou isso à Bélgica nesta sexta (1º), após vitória por 3 a 1 que a colocou nas semifinais logo na primeira vez em que conseguiu se classificar para participar do torneio.

Na próxima fase, a ser disputada na quarta (6), Portugal será o adversário do time galês, que estampa um dragão em sua bandeira.

Os gols da equipe foram marcados pelo capitão Ashley Williams e pelos atacantes Robson-Kanu e Vokes.

A passagem às semifinais representa o maior feito da modestíssima história futebolística do País de Gales, mais conhecido por ter sofrido o primeiro gol de Pelé em Copas, em 1958, na Suécia.

Esse gol nas quartas de final eliminou o País de Gales da competição, da qual só puderam participar porque diversas seleções se recusaram a enfrentar Israel, que então perdeu a vaga para os galeses em confronto direto.

Em contrapartida, a decantada geração belga, composta de jogadores dos melhores clubes do planeta, como o goleiro Courtois (Chelsea), o volante Fellaini (Manchester United) e os meias De Bruyne (Manchester City) e Hazard (Chelsea) mais uma vez frustrou os torcedores e foi eliminada cedo da competição. Atualmente, eles são os segundos colocados do ranking da Fifa, atrás da Argentina.

Ao longo da Eurocopa, a seleção belga mostrou um estilo de jogo dinâmico, com base na troca de passes e belos gols. Nesta sexta (1º), eles se propuseram a jogar desta forma, o que deu certo no início do primeiro tempo.

Aos 12 minutos, o volante Nainggolan acertou um chute potente no ângulo de Henessey e abriu o placar.

Gales, então, foi ao ataque. Ainda que seja visto como grande azarão, seu elenco também tem jogadores de qualidade como Allen (Liverpool), Ramsey (Arsenal) e o astro Gareth Bale (Real Madrid), um dos artilheiros da Eurocopa, com três tentos.

À base dos cruzamentos na área à moda inglesa, a seleção do país britânico de pouco mais de 3 milhões de habitantes -menos da metade da cidade do Rio- virou.

Aos 29, o empate aconteceu após cobrança de escanteio, com cabeçada de Williams.

O segundo tempo começou também com pressão belga, mas os contra-ataques galeses foram mais efetivos.

O herói da virada foi o camisa 9 Robson-Kanu, centroavante de poucos gols. Por esse defeito, ele se encontra desempregado após duas temporadas ruins no Reading, da segunda divisão inglesa.

Ele recebeu cruzamento, enganou três defensores com um giro e fez o segundo gol de Gales. Nas redes sociais, torcedores iniciaram campanhas para a contratação do atleta.

Por fim, Vokes desviou de cabeça um cruzamento e também virou lenda em seu país.


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