Folha de S. Paulo


CPI da Máfia do Futebol aprova acesso a contratos da CBF

A CPI da Máfia do Futebol aprovou requerimento para ter acesso aos contratos da CBF com seus patrocinadores nos últimos dez anos. Os deputados da CPI, instalada na Câmara dos Deputados, também quer ter acesso à folha salarial dos funcionários da confederação.

O pedido foi feito pelo deputado federal César Halum (PRB-TO) na terça-feira (7).

Essa é a segunda tentativa de uma comissão parlamentar de inquérito para conseguir ter acesso aos dados sigilosos da entidade. No ano passado, a CPI do Futebol, no Senado, aprovou requerimento parecido, mas a CBF obteve liminar no STF (Supremo Tribunal Federal) para não divulgar os contratos.

Os contratos de patrocínios são a maior fonte de financiamento da entidade. No ano passado, a CBF arrecadou R$ 359 milhões com os parceiros.

Autoridades acreditam que somente tendo acesso aos contratos da entidade e a movimentação financeira de suas contas será possível investigar com rigor a CBF.

Desde o ano passado, José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está preso acusado de se beneficiar de um esquema de recebimento de propina na venda de direitos comerciais no país e no exterior.

Marco Polo Del Nero, atual chefe da confederação, e Ricardo Teixeira, ex-comandante da CBF por mais de duas décadas, também são acusados de participar do mesmo esquema.

O Departamento de Justiça dos EUA acusa os três cartolas de receberem propinas de empresas de marketing por facilitar contratos de marketing e televisão da Libertadores, Copa do Brasil e Copa América.

Os deputados também aprovaram um convite para Cristian Corsi, diretor-geral da Nike Brasil, depor na CPI. A empresa é a mais antiga patrocinadora da seleção e o contrato com a CBF é investigado pelo FBI.

Em depoimento nos EUA, J.Hawilla, dono da Traffic, informou que dividiu pelo menos US$ 40 milhões, inclusive com Ricardo Teixeira, para intermediar o contrato com a Nike.

O empresário fechou acordo de cooperação com a Justiça norte-americana em 2014 e aceitou devolver US$ 151 milhões obtidos em receitas em apenas dois anos (2012 e 2013) com contratos em torneios.

COMITÊ DE REFORMAS

Nesta quinta-feira (9), a CBF realiza sessão do Comitê de Reformas. O órgão foi criado após o escândalo internacional das prisões dos cartolas.

Logo em seguida, diretores da entidade darão uma entrevista coletiva anunciando as mudanças.

Eles devem anunciar uma proposta de calendário para o próximo ano. Nela, os Estaduais deverão ser enxugados. A proposta é de 23 datas para acomodar os Estaduais e regionais (como a Copa do Nordeste e a Primeira Liga). Nesta caso, os regionais ficariam com oito datas.


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