Folha de S. Paulo


França recebe a Euro com mais de 100 mil na segurança

Valery Hache/AFP
French soldiers patrol in the fan zone in Nice, southeastern France, on June 8, 2016, two days before the start of the Euro 2016 football championship, to be held in France from June 10 till July 10, 2016. Organisers of Europe's four-yearly football extravaganza already face security jitters and Britain joined the United States in warning the tournament could be a target for terror attacks. / AFP PHOTO / VALERY HACHE ORG XMIT: VH20076
Soldado francês faz escolta da Fan Zone, em nice

A França acolhe a Eurocopa a partir desta sexta-feira (10) em clima de apreensão por causa da ameaça de ataques terroristas a estádios e fan zones (áreas reservadas para a torcida, com telões e shows) das dez cidades-sede.

O dispositivo de segurança mobilizado inclui cerca de 90 mil policiais e dez mil agentes oriundos de empresas de segurança particular, além dos cerca de dez mil soldados das Forças Armadas já em campo desde os atentados de 2015 no país.

Os organizadores esperam receber em torno de 2,5 milhões de torcedores nas arenas, ao longo de 51 partidas, até 10 de julho. Os gastos do poder público com o evento, que reúne 24 seleções, são estimados entre 1 bilhão de euros (R$ 3,9 bi) e 1,5 bilhão de euros (R$ 5,8 bi). As cifras incluem benefícios de isenção fiscal.

Um dos principais focos de preocupação das autoridades é o perímetro das fan zones. Várias simulações de atentado foram realizadas nelas nas últimas semanas. A de Paris, localizada aos pés da torre Eiffel, tem capacidade para abrigar até 92 mil pessoas. Só no circuito de câmeras de segurança dessas áreas foram gastos 2 milhões de euros (R$ 7,7 mi). O dispêndio total com a segurança dos locais é de 8 milhões de euros (R$ 31 mi).

Houve nos últimos meses um movimento para que as fan zones fossem canceladas, mas o governo francês freou a articulação sob o argumento de que a medida significaria uma capitulação diante dos terroristas.

A imprensa local especula o efeito que uma eventual vitória dos Bleus (seleção francesa) poderia ter sobre a popularidade do presidente François Hollande, que amarga altíssima rejeição a menos de um ano das eleições presidenciais. Mas pondera: o que quer que aconteça, a França não é um país em que o futebol cause comoção semelhante àquela vista nos vizinhos Espanha, Itália e Inglaterra

ESTÁDIOS

Para ter acesso aos estádios, os torcedores terão de passar por duas barreiras de controle: na saída das estações de metrô ou tramway mais próximas às arenas e nos portões das mesmas.

Um teste realizado no Stade de France, em Saint-Denis (região metropolitana de Paris), na final da Copa da França, no último dia 21, foi malsucedido: por causa da revista minuciosa, formaram-se filas quilométricas nas entradas, a minutos de a partida entre Paris Saint-Germain e Olympique de Marselha começar. Dante da impaciência generalizada, a fiscalização acabou sendo interrompida, e muitos torcedores tiveram acesso livre ao complexo.

Foi ali, em 13 de novembro de 2015, que começou a série de atentados que terminaria com a morte de 130 pessoas em diferentes pontos da capital francesa. Na ocasião, três homens acionaram explosivos amarrados a seus corpos, nos arredores do estádio, pouco após o início do amistoso entre França e Alemanha. Antes, eles haviam tentado entrar no local, sem sucesso. Além deles, um homem morreu e várias pessoas ficaram feridas.

No começo desta semana, a imprensa local divulgou que um francês havia sido preso no fim de maio, na Ucrânia, com cinco fuzis kalachnikov, lançadores de granadas, 125 quilos de explosivos e farta munição. Segundo as autoridades ucranianas, o homem planejava cometer 15 ataques antes e durante a Euro, tomando por alvo mesquitas e sinagogas, entre outros estabelecimentos.

Os hooligans são outra potencial fonte de dor de cabeça para os organizadores, que estimam em 3.000 o número de torcedores fichados por atos de violência e vandalismo que


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