Folha de S. Paulo


Marin tem permissão para fazer compras, ir à missa e ao Central Park

Um ano depois de acordar com agentes do FBI (a Polícia Federal norte-americana) batendo à porta de seu quarto no luxuoso Baur au Lac hotel, em Zurique, na Suíça, a vida social do ex-presidente da CBF José Maria Marin se resume aos passeios vespertinos às quintas no Central Park, as idas ao supermercado às sextas (onde compra objetos para higiene pessoal e alimentos de sua preferência) e, nas tardes de domingo, visita à Catedral de St. Patrick, para a missa.

Em acordo com a Justiça americana, Marin pode sair do edifício nesses três dias da semana. O único com alternativa é o passeio de quinta, das 13h às 16h. Ele pode escolher o local que quiser visitar, mas precisa respeitar a limitação de não passar de um raio maior de 3 Km do seu apartamento, o Trump Tower, um dos prédios mais luxuosos de Manhattan. O cartola repete sempre o mesmo roteiro em direção ao Central Park, acompanhado da sua mulher Neusa.

Às sextas, ele só pode ir ao mercado e o domingo é exclusivo para rezar, segundo determinações da Justiça dos EUA.

Ele é acompanhado por apenas um segurança, privilégio fruto de acordo com a Justiça americana que também retirou de seu apartamento os homens que desde outubro o ficavam vigiando. Hoje o monitoramento é restrito às câmeras na porta de entrada e à tornozeleira eletrônica.

Marin é o único cartola brasileiro preso acusado de receber propinas para vender direitos comerciais de torneios como a Libertadores e a Copa do Brasil quando dirigente esportivo –ele nega as acusações.

Denunciado pela Justiça dos Estados Unidos, aguarda julgamento em prisão domiciliar no apartamento que possui na Tower Trump, em Nova York.

O edifício é uma das atrações turísticas de Nova York e foi construído em 1983 pelo magnata e atual pré-candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump, dono de uma cobertura que ocupa três andares e é avaliada em US$ 100 milhões (cerca de R$ 359 milhões).

O apartamento de Marin não é tão espaçoso quanto o do bilionário americano. Com 101 metros quadrados e uma suíte, a unidade comprada em 1989 por US$ 900 mil.

Marin ficou preso na Suíça por cinco meses (de maio a outubro de 2015) até ser extradito aos Estados Unidos.

Durante o período na Europa, seus familiares temeram por sua saúde —Marin completou 84 anos em 6 de maio.

A cela suíça tinha espaço que ia pouco além do reservado para a cama. No fundo dela, um buraco cumpria a função de banheiro. Na porta, de ferro, uma pequena passagem onde entregavam a ele a alimentação diária.

Debilitado, nos últimos dias antes da extradição Marin precisava de ajuda de outros detentos para subir as escada do quarto subsolo, onde ficava sua cela, até o térreo para o banho de sol.

Após cinco meses, Marin fez acordo para ser julgado nos Estados Unidos das acusações, com prisão domiciliar, mediante inicialmente o pagamento de US$ 15 milhões (R$ 54 milhões) de fiança.

Esse valor depois foi reduzido e o brasileiro desembolsou US$ 1,2 milhão (R$4,3 milhões) em dinheiro e deu como garantia o apartamento onde vive, avaliado atualmente em aproximadamente US$ 2,5 milhões (R$9,5 milhões).

Cronologia José Maria Marin


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