Acertado com o Bayern de Munique, o italiano Carlo Ancelotti não descarta a chance de vir ao Brasil no futuro.
O técnico italiano, cinco vezes campeão da Liga dos Campeões -duas como jogador e três como treinador-, vai substituir o catalão Pep Guardiola ao fim da temporada alemã nesta semana.
Em rápido contato com a Folha, o treinador deixou aberta a possibilidade de assumir um time brasileiro e falou que não vê muitas diferenças entre o futebol daqui e o europeu.
"Não há muitas diferenças entre o futebol europeu e o brasileiro. Eu posso dizer que a intensidade é um pouco diferente. Na Europa, o ritmo do jogo é alto e no Brasil se enfoca mais a questão técnica. Os jogadores brasileiros têm uma fantástica habilidade técnica. Mas as diferenças são realmente pequenas, porque o futebol agora é global em todo o mundo", disse.
"Eu não sei o que vai acontecer no meu futuro, na minha carreira. E se eu tivesse uma oportunidade para ser técnico no Brasil, eu não poderia recusar. O Brasil é um país fantástico", completou.
O acerto de Ancelotti com o Bayern aconteceu no fim do ano passado, depois de o time alemão anunciar que Guardiola deixaria o comando ao fim do contrato -o catalão vai para um novo desafio, no Manchester City (ING).
Ancelotti disse ainda que teve a sorte de trabalhar como treinador e como jogador com "fantásticos" atletas brasileiros, citando os nomes de Paulo Roberto Falcão, Toninho Cerezo, Dida, Cafu, Kaká, Alexandre Pato, Serginho, o volante Emerson, Ronaldinho, Roque Junior, Amoroso e Rivaldo.
"Eu achei em todos fantásticas qualidades como jogadores e também como pessoas", afirmou.
Como treinador, Ancelotti estreou no modesto Reggiana e passou por Parma, Juventus, Milan, Chelsea, PSG e Real Madrid. Como jogador, começou no Parma, foi para a Roma e encerrou a carreira no Milan. onde obteve as maiores glórias.
O italiano também jogou pela seleção de seu país, tendo disputado as Copas do Mundo de 1986, no México, e de 1990, na Itália.
Um dos técnicos com mais conquistas nos últimos anos, Ancelotti é espelho para Tite, que sempre o cita como exemplo em entrevistas, e o admira pelo estilo mais discreto do que outros treinadores de renome, como Guardiola e José Mourinho.
Sem clube desde que deixou o comando do Real Madrid no meio de 2015, o treinador finalizou a produção do livro "Quiet Leadership: Winning Hearts, Minds e Matches" (Liderança silenciosa: ganhando corações, mentes e jogos, em tradução livre), que será lançado nesta semana.
Na obra em que aborda sua carreira como técnico e detalha seu estilo de liderança, o italiano revela que tem inspiração em um personagem bastante controverso: segundo a revista alemã Stern, Ancelotti escreve que, apesar de não aprovar os métodos, admira o mafioso Vito Corleone, de "O Poderoso Chefão", por ser um líder respeitado por todos a sua volta.