Folha de S. Paulo


Mudanças em regras da arbitragem tentam tirar benefícios de infratores

Rivaldo Gomes/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 8-11-2015 - CAMPEONATO BRASILEIRO DE FUTEBOL SERIE A - 17:37:31 - O Palmeiras joga, no Allianz Parque, na zona oeste, partida valida pela trigesima quarta rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol Serie A, contra o Vasco da Gama. O juis Anderson Daronco durante om primeiro tempo. Foto: Rivaldo Gomes/Folhapress, VENCER) ***EXCLUSIVO AGORA *** EMBARGADA PARA VEICULOS ONLINE *** UOL E FOLHA.COM CONSULTAR FOTOGRAFIA DO AGORA *** FOLHAPRESS CONSULTAR FOTOGRAFIA AGORA *** FONES 3224 2169 * 3224 3342 ***
O árbitro Anderson Daronco durante jogo do Campeonato Brasileiro

Um fio condutor de algumas das principais mudanças do Ifab (International Federation Board, entidade que define as regras do futebol) no regulamento da arbitragem é evitar o favorecimento de quem comete infração.

Uma delas é o atendimento em campo do jogador que sofre falta de cartão amarelo ou vermelho. "O agressor não pode ser beneficiado", diz o ex-árbitro e instrutor da Fifa Wilson Seneme.

No mesmo sentido, em lances em que um membro da equipe (técnico, reserva, massagista) que estava fora de campo entra no gramado e interfere, o tiro livre direto é concedido.

Se acontecer dentro da área, o pênalti deverá ser marcado. Caso a bola entre na rede mesmo com a interferência, o gol poderá ser validado. Antes, a punição era bola ao chão.

Mudanças regras

Da mesma forma, o jogador que cobrar o pênalti com "paradinha", ou seja, colocar o pé de apoio para chutar, ameaçar e depois finalizar, será punido com cartão amarelo, o pênalti será cancelado e a equipe rival terá tiro livre indireto para executar.

Uma atualização também se refere a agressões a árbitros, que passará a ser punida com tiro livre direto para o time adversário ao do infrator. Se ocorrer dentro da área, pênalti será assinalado.

"A grande área também passa a ser área de proteção do árbitro", explica Seneme.

Um lance emblemático de golpe no árbitro aconteceu em 2014, quando o meia Petros, então no Corinthians, acertou Raphael Claus com o braço. Com a mudança da regra, o Santos teria direito a cobrar falta no lance.

Outra alteração envolve a saída de bola. O jogador não terá mais que tocar para a frente, podendo agora lançá-la para qualquer direção.

Em aula em São Paulo, Sérgio do Prado, diretor do Bragantino, e Ednilson Corona, chefe de arbitragem da Federação Paulista de Futebol, ressaltaram a possibilidade de o clube bem informado tirar proveito dessa mudança.

"No caso da partida contra o Corinthians [em São Paulo,pela Libertadores], o Nacional poderia recuar rapidamente a bola para a defesa quando estava com a vantagem", comentou Corona.

Houve também um esforço do Ifab em detalhar algumas punições. Em casos de faltas em lances claros de gol, há expulsão quando um jogador põe a mão na bola, segura ou empurra o adversário ou faz falta no momento em que não tem chance de chegar na bola. Em outros casos, vale o cartão amarelo.

Segundo Manoel Serapião, ex-árbitro e representante brasileiro no Ifab, durante sua aula, os jogadores do Corinthians mostraram interesse nesse tópico que, segundo ele, deve mesmo gerar polêmica.


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