Apesar da má campanha da seleção brasileira nas eliminatórias da Copa da Rússia-2018, o Brasil estará bem representado nas quartas de final da Liga dos Campeões, que começam nesta terça-feira (5). Todas as equipes que disputam essa fase da competição europeia devem ter pelo menos um atleta do país entre os seus titulares, e nas mais variadas posições.
Mas se dentro de campo os brasileiros conseguem sucesso nos times europeus, na beira do gramado os técnicos não têm o mesmo desempenho.
Desde 2008, quando Zico conseguiu levar pela primeira vez o Fenerbahce, da Turquia, para as quartas de final da Liga dos Campeões, um técnico brasileiro não consegue chegar a essa fase do torneio.
Para o ex-jogador do Flamengo e da seleção, que na Europa comandou também o russo CSKA Moscou e o grego Olympiacos, o que impede mais técnicos brasileiros de terem chances e sucesso no velho continente é o preconceito dos clubes europeus contra os profissionais do país, e não problemas como desatualização ou falta de qualidade dos profissionais.
"Tem um pensamento lá fora de que o Brasil não precisa de treinador. Tanto que quase só treinadores que passaram pela seleção é que conseguem ir para lá", afirma Zico, lembrando de um episódio da Copa de 2002.
"Estava conversando com o [Giovanni] Trapattoni, que treinava a seleção da Itália, e ele falou: 'Vocês reclamam do Cafu e do Roberto Carlos, mas eu tenho que improvisar dois zagueiros como laterais. O Brasil tem tanto jogador que não precisa de treinador, eles jogam sozinhos'", conta.
A melhor campanha de um técnico brasileiro na Liga dos Campeões aconteceu na temporada 1967-68, quando Otto Glória, dirigindo o Benfica do atacante Eusébio, chegou à final do torneio contra o Manchester United, que contava com craques como Bobby Charlton, campeão mundial com a Inglaterra em 1966, e George Best. O time português perdeu a decisão por 4 a 1.
| Editoria de Arte/Folhapress | ||
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CONFRONTOS BRASILEIROS
Os brasileiros começam a disputa por uma vaga na semifinal da Liga dos Campeões nesta terça, com os duelos entre Barcelona e Atlético de Madri (com Band e EI Maxx) e Bayern de Munique e Benfica (com EI Maxx 2), ambos às 15h45.
Pela equipe catalã, o lateral direito Daniel Alves e o atacante Neymar, titulares da seleção brasileira, deverão encontrar do outro lado do campo no Camp Nou o lateral esquerdo Filipe Luís, titular no Atlético de Madri e outra presença constante nas convocações do técnico Dunga.
Mas nem só brasileiros da seleção estarão em campo nesta terça. Jogadores com chances mínimas de convocação e pouco experimentados no time da CBF também estão entre os titulares dos clubes da elite europeia.
É o caso do zagueiro Jardel e do goleiro Ederson, do Benfica, que ao lado do atacante Jonas –convocado por Dunga para as partidas contra Uruguai e Paraguai, em março– vão a Munique enfrentar o Bayern, do meia-atacante Douglas Costa –que, apesar de ter disputado boa parte da temporada como titular, pode perder a vaga para Franck Ribéry, recuperado de lesão.
O volante Casemiro, que desde junho de 2015 não atua pela seleção brasileira, é outro que, apesar de não ganhar muitas chances no time de Dunga, tem recebido elogios no futebol europeu, inclusive do craque Zinédine Zidane, seu técnico no Real Madrid.
"O papel de Casemiro tem sido fundamental para o time", afirmou o treinador após a vitória sobre o Barcelona, no último sábado (2), pelo Espanhol.
O ex-são-paulino deverá estar ao lado do lateral esquerdo Marcelo entre os titulares da equipe na partida contra o Wolfsburg, do volante Luiz Gustavo –esse sim, titular da seleção– e do zagueiro Dante -outro esquecido por Dunga–, na quarta-feira (6).
No mesmo dia, o Paris Saint-Germain com os brasileiros Maxwell, Thiago Silva, David Luiz, Marquinhos e Lucas, encara o Manchester City, que deve contar com o volante Fernandinho entre seus titulares.