Folha de S. Paulo


Fifa multa Santos em R$ 282 mil por uso de terceiros em negociação

A Fifa multou o Santos em R$ 282 mil por desrespeitar o regulamento da entidade para transferências de jogadores. Segundo a federação internacional, o clube brasileiro permitiu a influência de empresas em negociação de jogadores, não executou os registros obrigatórios no sistema de transferências, o ITMS, e não colaborou com uma investigação conduzida pela entidade.

Além do Santos, a Fifa multou também o Sevilla, o o Sint-Truidense (da Bélgica) e o Twente (da Holanda).

O presidente do time brasileiro, Modesto Roma Júnior, afirmou que ainda não foi notificado sobre a punição.

Segundo apuração da reportagem, a multa recebida tem relação com o contrato de Neymar, em 2008, em que a empresa DIS também tinha participação nos direitos econômicos do jogador, como mostrou matéria da Folha, que revelou que o Santos estava sendo investigado pelo Comitê Disciplinar da entidade, que apurava se houve influência de terceiros nos contratos de Neymar e, especialmente, na sua negociação com o Barcelona, em 2013.

A investigação começou quando o próprio clube decidiu entrar com um processo na Fifa contra o time da Catalunha, o atacante, seu pai e uma empresa da família..

Em maio de 2015, entrou em vigor determinação que proíbe a participação de investidores nos direitos econômicos de jogadores de futebol. A nova regra vale para contratos firmados após 31 de dezembro de 2014. Vínculos formalizados de janeiro a abril de 2015 com a presença de terceiros deveriam ser de no máximo um ano.

O Comitê Disciplinar da Fifa informa que os clubes já foram notificados.

FOGO AMIGO

Com os documentos em mãos, a Fifa observou que havia algumas cláusulas que versavam sobre empresas relacionadas ao atleta e deu início a um novo inquérito, com a suspeita de que tenham havido influências externas na negociação de Neymar.

Uma das cláusulas presentes em um dos contratos do jogador que acabou suscitando a investigação dizia que as empresas que tinham participação nos direitos econômicos do atleta deveriam ter ciência de possíveis propostas que chegassem ao clube para negociação de Neymar.

Além do Santos, as empresas DIS, do empresário Delcir Sonda, e Teísa, grupo formado por conselheiros do clube paulista, tinham participação nos direitos do atacante.

O regulamento da Fifa é claro sobre o tema. O artigo 18 bis, diz que as terceiras partes envolvidas em contratos não podem ter nenhum tipo de influência em decisões ou transferências. Atualmente, a entidade proíbe a participação de empresas nos direitos econômicos de atletas.


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