Folha de S. Paulo


Vice-presidente do Corinthians paga fiança de R$ 5.000 e deixa prisão

Danilo Verpa/Folhapress
SAO PAULO - SP - 22.03.2016 - Suspeito e levado para dentro da Policia Federal de Sao Paulo, na Lapa, durante a operacao Xepa. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, PODER) ORG XMIT: OPERACAO XEPA PF //////// O vice-presidente do Corinthians, André Luiz de Oliveira, o André Negão, chega à PF de São Paulo, na Lapa, para depor.
O vice do Corinthians, André Luiz de Oliveira, o André Negão, chega à PF de São Paulo para depor

Após ser preso por porte ilegal de arma nesta terça-feira (22), o vice-presidente do Corinthians André Luiz de Oliveira, foi liberado por volta das 16h30. Ele pagou R$ 5.000 de fiança e responderá pelo crime em liberdade.

Nesta manhã, o cartola foi levado para depor durante a 26ª fase da operação Lava Jato. O dirigente é acusado ainda de receber propina de R$ 500 mil da Odebrecht, em esquema que envolveu a construção do estádio do clube em Itaquera.

Além da condução coercitiva, houve um mandado de busca e apreensão na casa do dirigente. Duas armas foram encontradas, ambas em situação irregular. Por este motivo, Oliveira foi preso.

"Só vim aqui porque tinham umas armas velhas em casa e deu nisso", disse Oliveira, após deixar a prisão.

"Ninguém da Lava Jato me acusa de nada. Eles me perguntaram sobre os R$ 500 mil e eu disse que não sabia de nada", afirmou.

Andrés Sanchez, ex-presidente do clube, disse à Folha que o vice foi perguntado sobre três assuntos: jogo do bicho, as armas e a propina que ele é acusado de ter recebido da Odebrecht.

Segundo apurou a Folha, os registros das armas eram antigos, tinham sido feito junto à Polícia Civil e não foram atualizados após o estatuto do desarmamento, de 2003, que passou a exigir registro junto à Polícia Federal.

André Luiz de Oliveira foi preso em flagrante, pagou R$ 5.000 de fiança e responderá pelo crime em liberdade.

ARENA CORINTHIANS

O Ministério Público Federal afirma que André Luiz de Oliveira, o André Negão, recebeu R$ 500 mil de propina da Odebrecht. Segundo a investigação, o dirigente corintiano está envolvido em um esquema de pagamento de propinas na obra do estádio do clube, executada pela empreiteira, em Itaquera. O Ministério Público Federal diz que o dirigente aparece em uma planilha recolhida na empresa. Ele está identificado como "Timão".

Palco da abertura da Copa do Mundo de 2014, a construção da arena Corinthians foi viabilizada com o pagamento de propina pela Odebrecht. A afirmação é do procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos coordenadores da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba.

Segundo o advogado Julio Clímaco, André Luiz de Oliveira respondeu às perguntas da Polícia Federal e disse que não recebeu dinheiro da Odebrecht.

A defesa do dirigente corintiano informou que nenhum documento foi apresentado como acusação durante o depoimento e que não há nenhuma acusação contra ele.

Clímaco afirmou ainda que as armas foram as únicas apreensões realizadas e que elas estavam sem munição e não eram utilizadas há muito tempo.


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