Folha de S. Paulo


Fifa reduz punição de Blatter e Platini por 'serviços prestados ao futebol'

O Comitê de Apelação da Fifa reduziu a suspensão de Joseph Blatter, ex-presidente da entidade, e Michel Platini, ex-mandatário da Uefa, de oito para seis anos de qualquer atividade relacionada ao futebol. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (24).

De acordo com a Fifa, "o Comitê de Apelação considerou que os serviços prestados por Platini e Blater para a Fifa e a Uefa e ao futebol em geral ao longo dos anos merecem reconhecimento apropriado como fator atenuante".

Com a suspensão, os dois dirigentes não vão poder participar da eleição da Fifa nesta sexta (26). Platini apoia o suíço Gianni Infantino, ex-secretário geral da Uefa. Os cartolas só voltarão a trabalhar com o esporte em 2021.

Blatter, 79, e Platini, 60, foram suspensos inicialmente por oito anos em dezembro de 2015 pelo Comitê de Ética da Fifa que os considerou culpados de "conflito de interesses" e de "gestão desleal". Platini deve pagar ainda uma multa de 74 mil euros (R$ 320 mil), maior que a multa atribuída a Blatter, fixada em 46.295 euros (R$ 200 mil). Os valores foram mantidos. Os ex-dirigentes ainda podem recorrer da suspensão no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).

Cronologia do escândalo de corrupção na Fifa - Editoria de arte/Folhapress

A investigação que resultou no banimento teve início após decisão do procurador-geral suíço de iniciar procedimentos criminais contra Blatter pelo pagamento de 1,8 milhão de euros (R$ 8,3 milhões) em 2011 a Platini. Os dois dirigentes afirmam que o pagamento do valor ocorreu como remuneração de um trabalho de Platini prestado à Fifa em 1998. Não há, porém, contrato escrito entre a entidade e o dirigente francês.

A Procuradoria também está investigando a indicação das Copas de 2018 e 2022 para a Rússia e Qatar, respectivamente.

Nesta sexta, cinco candidatos vão disputar a eleição na Fifa. O suíço Gianni Infantino, secretário-geral da Uefa e o presidente da Confederação de Futebol da Ásia, Salman bin Ebrahim Al Khalifa são os favoritos. Além deles, Jérome Champagne, ex-secretário-geral adjunto da Fifa, o príncipe da Jordânia, Ali bin Al-Hussein e o sul-africano Tokyo Sexwale disputam o pleito.

PREJUÍZO

O Comitê Executivo da Fifa se reuniu nesta quarta em Zurique. No encontro, executivos da Fifa relataram que a entidade fechou o ano de 2015 com um prejuízo de US $ 103 milhões. É o primeiro déficit da entidade desde 2002, quando a ISL, empresa de marketing da Fifa, faliu.

O resultado negativo em 2015 é fruto da série de escândalos de corrupção na federação. Desde dezembro, mais de 10 dirigentes foram presos pelo FBI.

A entidade perdeu cinco patrocinadores. Na reunião desta quarta, os dirigentes praticamente aprovaram a entrada de um novo patrocinador. A empresa baseada no Oriente, que não teve seu nome revelado para os jornalistas, vai pagar cerca de US $ 800 milhões ( R$ 3,2 bilhões) até 2026.


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