Folha de S. Paulo


Empresa ligada a Neymar faturou R$ 76 milhões com só dois funcionários

Uma das conclusões da investigação que ligou o jogador Neymar ao uso de empresas de fachada para sonegar impostos foi alimentada pelo fato de o Santos Futebol Clube ter arcado, entre 2010 e 2013, com os custos da estrutura de marketing do atleta.

No papel, a empresa Neymar Sports era a responsável por gerenciar a carreira do jogador. De acordo com os investigadores da Receita e do Ministério Público Federal, contudo, ela não tinha capacidade operacional.

Em 2011, ano que Neymar faturou ao menos R$ 76 milhões em contratos com patrocinadores do Brasil e do exterior, a empresa que recebeu este valor tinha no seu quadro de funcionários somente dois seguranças.

Nesta quinta (4), o juiz Mateus Castelo Branco, da 5ª Vara Federal de Santos, rejeitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e decidiu não abrir uma ação penal contra Neymar, seu pai, Neymar da Silva Santos, e dois dirigentes do Barcelona.

Na peça de acusação que foi rejeitada por Castelo Branco, segundo a Folha apurou, a Procuradoria questiona se seria possível que a Neymar Sports tivesse captado e gerido contratos milionários com multinacionais sem ter advogados e profissionais de marketing na sua folha de pagamento.

A explicação da Procuradoria é que era o Santos Futebol Clube que pagava a "turma do Neymar", equipe de ao menos oito funcionários que gerenciava a carreira do jogador.

Para a Procuradoria, a empresa era um artifício para Neymar pagar menos impostos.

OUTRO LADO

Segundo explicação de pessoas próximas a Neymar, o clube aceitou bancar a estrutura de gerenciamento de carreira pelo fato de também ter participação nos contratos firmados a partir de então.

Quando a equipe foi contratada, a ideia do Santos era de que ela fosse responsável pela carreira de Paulo Henrique Ganso também, mas o meia não aceitou.


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