Folha de S. Paulo


Neymar pede que Justiça rejeite denúncia do Ministério Público

Os advogados do atacante Neymar apresentaram nesta quarta-feira (3) um pedido para que a Justiça não aceite a denúncia feita pelo Ministério Público Federal, de sonegação fiscal e falsidade ideológica, na qual ele, o pai e dois dirigentes do Barcelona são acusados.

Nos documentos entregues nesta manhã, a defesa do jogador argumenta que os processo administrativos que embasam o procurador-chefe Thiago Lacerda Nobre ainda estão em andamento na Receita Federal, o que, juridicamente, inviabilizaria uma ação penal neste momento.

Assim que soube das alegações, o Ministério Público Federal já respondeu à petição, dando seguimento a sua denúncia, na tentativa de derrubar as justificativas dos representantes do atleta.

A expectativa é de que, ainda nesta semana, o juiz Mateus Castelo Branco, da 5ª Vara da Justiça Federal de Santos, tome alguma decisão sobre o assunto, aceitando ou rejeitando as acusações do procurador. Se aceitar, os quatro acusados vão virar réus na Justiça. Caso contrário, o Ministério Público ainda poderá recorrer.

DENÚNCIA

Para o Ministério Público Federal, o pai de Neymar foi o "principal mentor e articulador de uma série de fraudes contratuais para o uso do direito de imagem de Neymar" e "a conduta do jogador, com a participação dos demais denunciados, gerou prejuízos milionários aos cofres públicos".

Nesta terça (2), com a quebra do segredo de justiça do processo, o órgão se pronunciou pela primeira vez sobre a acusação de sonegação fiscal e falsidade ideológica contra Neymar, Neymar da Silva Santos e os cartolas do Barcelona Sandro Rossel e Jose Maria Bartomeu.

Neymar pai e o filho negam as acusações e questionam o procurador da República Thiago Lacerda Nobre, autor da denúncia.

São investigadas empresas criadas para, segundo o MPF, pagar menos impostos dos vencimentos e contratos de publicidade do atleta quando ele atuava no Santos, de 2009 a 2013.

A investigação aponta que as empresas criadas não tinham estrutura para gerenciar a carreira do atleta, pois contavam com apenas dois funcionários, ambos seguranças.

No Brasil também se investiga, como na Espanha, os valores desembolsados pelo Barcelona para contratar o jogador.


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