Folha de S. Paulo


Paraguaio ligado a cartola preso deve ser eleito presidente da Conmebol

Andrés Cristaldo Benitez - 11.jan.2016/Efe
LUQ01. LUQUE (PARAGUAY), 11/01/2016.- Alejandro Domínguez, actual presidente de la Asociación Paraguaya de Fútbol (APF), presenta de manera oficial su candidatura a la presidencia de la Conmebol hoy, lunes 11 enero de 2016, en la sede del organismo en la ciudad de Luque (Paraguay). Las elecciones para el cargo se llevarán a cabo el próximo 26 de enero. EFE/Andrés Cristaldo Benitez ORG XMIT: ASU01
O paraguaio Alejandro Dominguez, que deve ser eleito presidente da Conmebol

Alejandro Dominguez, 43, deverá ser eleito presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) nesta terça (26). Ele vai completar o mandato, até 2019, de outro paraguaio, Juan Ángel Napout, que renunciou em dezembro após ser preso acusado de corrupção.

O Congresso extraordinário da eleição terá início às 11h (de Brasília).

A jovialidade de Dominguez, economista com passagem por direção de veículos de comunicação, passa a impressão de renovação na entidade manchada por prisões dos principais dirigentes nos últimos meses. Não é bem assim.

Ligado ao Olímpia, tradicional clube paraguaio três vezes campeão da Libertadores (1979, 1990 e 2002), Dominguez é homem de Napout. Ele foi vice-presidente da Associação Paraguaia de Futebol de 2007 a agosto de 2014, quando assumiu a presidência ocupando a vaga de Napout, que se tornou o principal dirigente da Conmebol.

A Folha apurou que desde o momento da prisão de Napout, em dezembro de 2015, Dominguez era o favorito para assumir a Conmebol bancado pelas três principais confederações: a paraguaia, que tem poder por ser o país-sede da Conmebol, o Brasil e a Argentina.

Dominguez teria como adversário quem preside interinamente a confederação no momento, o uruguaio Wilmar Valdez. Mas com apenas três votos (Uruguai, Equador e Peru) dos dez possíveis, Valdez, 50, percebeu que seu país ficaria sem voz na confederação, por isso pretende anunciar nesta terça que desiste da eleição. Em troca, deve receber uma das três vice-presidências, que a princípio ficariam com Bolívia, Venezuela e Colômbia.

A vitória de Dominguez manterá, por exemplo, os contratos vigentes dos direitos comerciais das principais competições organizadas pela Conmebol, como a Libertadores e a Copa América.

A venda dos direitos desses torneios foi o que levou à prisão os três últimos presidentes da Conmebol (Napout, o paraguaio Nicolás Leoz e o uruguaio Eugenio Figueredo), além de outros cartolas do continente, como o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Todos são acusados pela Justiça dos EUA de receber propina para negociar essas competições para determinadas empresas de marketing esportivo.

Valdez estava aberto a ouvir novas propostas, como de uma empresa uruguaia chamada Global Sports Partners, o que incomodava os cartolas que hoje comandam a Conmebol, que não querem ver o assunto à tona depois das prisões.

PODER DA ARGENTINA

A continuidade não para em Dominguez. A Folha apurou que a tesouraria da entidade deve ficar com a Argentina, por meio do presidente da associação local, Luis Segura. Ele sempre foi ligado a Julio Grondona, morto em 2014 e que comandou a associação Argentina de 1979 até o dia em que morreu.

Segura deve também indicar o novo secretário-geral da Conmebol, cargo que tradicionalmente fica com a Argentina. O favorito é o advogado Alejandro Marón, 45, presidente do Lanús, clube argentino, e que tem fama de bom gestor.

Além da eleição do presidente e dos vices, o comitê executivo da Conmebol definirá nesta terça os representantes da entidade na Fifa. Há pelo menos duas vagas abertas, já que o único exercendo a função é o brasileiro Fernando Sarney, vice-presidente da CBF. Sarney, aliás, é outro argumento à continuidade na entidade, já que chegou à CBF por meio de Ricardo Teixeira, que renunciou em 2012 acusado de corrupção.

Dominguez, como presidente da Conmebol, tem vaga direta e será um dos vices da Fifa. É provável que Luis Segura seja outro indicado à cadeira no comitê executivo da Fifa.


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