Folha de S. Paulo


Após 3ª cirurgia no joelho, Alison quer recuperar tempo perdido no Santos

Ricardo Saibun/Santos FC/Divulgação
O volante Alison durante um treino do Santos
O volante Alison durante um treino do Santos

As cicatrizes evidentes em um dos joelhos provam que nada foi fácil na então curta carreira do volante santista Alison, 22, espécie de "queridinho" da torcida e dos últimos treinadores da equipe.

O jogador que iniciou a última temporada valorizado por propostas e titularidade assegurada, agora só sonha convencer o técnico Dorival Júnior. E, para isso, precisará recomeçar praticamente do zero.

"Respeito o momento de cada um, mas vou me preparar e me empenhar para em 2016 recuperar o tempo que perdi", explica.

O tempo perdido referido foi o reflexo direto de um traço marcante em seu estilo de jogo: a volúpia, que parece interminável.

Uma disputa de bola no primeiro clássico com o São Paulo em 11 de fevereiro do último ano, pelo Campeonato Paulista, causou o terceiro rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho direito e acabou precocemente com a temporada que parecia promissora.

"Tenho que melhorar nisso, dosar um pouco a minha vontade, mas é complicado porque quando entro em campo me transformo", confessa.

As outras duas lesões, em 2011 e 2012, aconteceram, também, em lances desafortunados quando pagou pelo excesso de vontade para virar o menino de confiança de Claudinei Oliveira, Oswaldo de Oliveira e Enderson Moreira. E, de fato, foi.

Com Claudinei, como terceiro principal nome nos desarmes do Brasileiro de 2013. No ano seguinte, liderou o quesito na Copa do Brasil, de acordo com o Footstats. Tudo isso, somados aos elogios públicos dos três e o carinho da torcida pela vontade demonstrada em campo que lhe renderam apelidos como "MMAlison" e "Pitbull".

Mas Dorival agora quer um novo comportamento em campo dos volantes que se encaixam a melhor concepção de destruidores de jogadas.

"Acabou aquela situação de jogador ser específico de uma função. Tem que saber atuar em várias, é uma necessidade, buscamos esse perfil", diz Dorival, que revelou ter tido conversa particular com parte dos atletas do setor.

A exigência é de quem jogou na posição nas décadas de 80 e 90 e tem como principal nome na atual equipe Renato, que ficou mais de dois anos, entre 2002 e 2004, sem sequer tomar um cartão amarelo.

"Olho para um todo, mas é natural que tendo atuado pelo setor goste de ver a equipe jogando mais. Muito dessa função faz com que um time atue mais", emenda.

A concorrência de Alison será grande, passa por Renato e Thiago Maia, atuais titulares, além do colombiano Valencia, que teve o seu contrato renovado.

O volante diz já buscar o aperfeiçoamento nos treinos diários, os quais chama de "jogo" pela seriedade como os encara. Se conquistar Dorival, pode receber um prêmio que hoje parece um sonho distante, mas possível após tantas superações: disputar a Olimpíada-2016.


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