Folha de S. Paulo


Árbitro ganha até R$ 100 mil no Brasileiro, menos que na Europa

Rivaldo Gomes/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 8-11-2015 - CAMPEONATO BRASILEIRO DE FUTEBOL SERIE A - 17:37:31 - O Palmeiras joga, no Allianz Parque, na zona oeste, partida valida pela trigesima quarta rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol Serie A, contra o Vasco da Gama. O juis Anderson Daronco durante om primeiro tempo. Foto: Rivaldo Gomes/Folhapress, VENCER) ***EXCLUSIVO AGORA *** EMBARGADA PARA VEICULOS ONLINE *** UOL E FOLHA.COM CONSULTAR FOTOGRAFIA DO AGORA *** FOLHAPRESS CONSULTAR FOTOGRAFIA AGORA *** FONES 3224 2169 * 3224 3342 ***
O árbitro Anderson Daronco apita uma partida do Campeonato Brasileiro

Recordista em jogos apitados no Brasileiro de 2015, o gaúcho Anderson Daronco esteve em 27 partidas do torneio e recebeu o total de R$ 99.255, sem descontar impostos. Foi o árbitro que mais ganhou para trabalhar no principal torneio do país. Considerando os sete meses de duração do campeonato, a renda mensal é de cerca de R$ 14 mil, dos quais são descontados valores do Imposto de Renda, INSS e, no caso de alguns estados, ISS (Impostos Sobre Serviços).

Daronco está na categoria árbitro Fifa, a mais alta entre os juízes de futebol, e recebe da CBF R$ 3.675 por jogo. Somado a esse valor estão ainda diárias, que variam de acordo com a distância percorrida pelo árbitro de seu local de residência, variando de R$ 75 a R$ 500.

Além do gaúcho, outros nove árbitros da CBF estão no quadro da Fifa e recebem o mesmo "cachê" por partida. Há ainda a categoria másters, com juízes que já estiveram no quadro da federação internacional, deixaram o posto, mas continuam recebendo o valor mais alto por partida.

Atrás de Daronco em número de jogos apitados estão Leandro Vuaden, Luiz Flávio de Oliveira e Ricardo Marques Ribeiro, também do quadro da Fifa, que participaram de 21 partidas do Brasileiro cada um. Receberam mais de R$ 77 mil, ou seja, cerca de R$ 11 mil por mês.

Apenas 12 árbitros recebem essas quantias mais altas no Brasileiro; e mesmo assim, trata-se de valores consideravelmente inferiores ao que é pago nos campeonatos europeus.

Dos 188 árbitros do quadro da CBF, 95 estão na categoria CBF-2, e recebem R$ 2.290 por jogo que apitam na Série A. No entanto, raras vezes isso acontece. O mais comum é que apitem jogos de Série B ou inferiores (recebendo no máximo R$ 1.700 por jogo), ou atuem como assistentes ou quartos árbitros (R$ 480 por partida de Série A).

Por exemplo, o árbitro Marcelo Alfieri, categoria CBF-2 e membro da Federação Paulista, participou de duas partidas em maio deste ano como quarto árbitro: uma na Série A (Palmeiras 0 x 1 Goiás) e outra na Série C (Guarani 1 x 1 Tupi), e ficou com R$ 745 nesse mês em que atuou pouco –R$ 480 pelo primeiro jogo e R$ 265 pelo segundo, sem contar diárias.

Os árbitros do Brasil não são funcionários contratados da CBF. Eles recebem por jogos e costumam ter outra profissão.

Cenário diferente do que acontece na Inglaterra, onde os árbitros recebem salários mensais e bonificações. Na liga inglesa, a remuneração média dos melhores profissionais é de cerca de £ 24 mil mensais (R$ 96 mil), segundo levantamento do diário espanhol "Sport.es".

Na Itália, o valor fixo mensal é de € 8 mil (R$ 32 mil), além de bonificação de € 4 mil (R$ 16 mil) por partida. Na Espanha, os valores são próximos disso: € 10 mil por mês (R$ 40 mil), além de € 3,5 mil por jogo (R$ 14 mil).

DE OLHO NA TELA

Em agosto deste ano, os árbitros participantes do Brasileiro organizaram um protesto para reivindicar 0,5% dos valores dos direitos de transmissão do campeonato.

Eles gostariam de receber a quantia que é paga aos jogadores pela exibição da imagem nas partidas exibidas na televisão. O direito estava previsto no projeto de lei do Profut, que refinanciou as dívidas fiscais dos clubes de futebol.

O artigo que garantia o repasse, entretanto, foi vetado pela presidente da República, Dilma Rousseff.


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