Folha de S. Paulo


Pode não parecer, mas o 'Preto X Branco' é uma festa

Tem de um tudo nesse campo de grama-sintética-que-já-foi-terra: tem meio-campista que joga com o maço de cigarros e a caixa de fósforo no meião, tem centroavante com mais de 70 anos, tem ex-jogador que viaja centenas de quilômetros pra bater uma bola, tem outro que diz para a mulher que volta logo e se emenda no churrasco, tem craque profissional, tem gol bonito, tem os cagados, tem cartão vermelho, discussão, carrinho, tem drible de categoria, roda de samba, cerveja, o canto da maconha.

Tem de um tudo por aqui: tem homem branco que diz que é negro, tem homem pardo que diz que é branco, tem japonês que diz num ano que é afrodescendente e noutro é ariano; tem de um tudo neste campo de futebol de várzea do Jardim São João Clímaco, na Zona Sul de São Paulo, já bem pertinho de São Caetano do Sul.

Tem, há 43 anos, o Preto x Branco, uma das mais tradicionais peladas da cidade. A regra por aqui é simples: branco é branco, preto é preto e o resto que se decida e escolha logo um lado para defender.

Não é racista, não é Apartheid, não é nada disso. Esse é o primeiro ponto a se entender. É uma confraternização anual do clube Flôr do São João Clímaco que reúne os amigos do bairro sejam eles brancos, negros, índios, albinos ou mamelucos.

No princípio era o verbo e a separação dos times entre Casados x Solteiros, como na maioria das peladas de final de ano. "Tivemos a ideia de separar entre preto e branco e o jogo foi ganhando força no bairro. Deu certo", me disse certa vez Zé Lauro, o eterno presidente do Flôr falecido no último dia de 2009, poucos dias depois da festa.

Acima de tudo, o Preto x Branco é uma festa. Criada em 1972, virou uma tradição que já atravessa a terceira geração das famílias. Claro que você ouve um desaforo aqui, uma piada de mau gosto acolá e algumas injúrias raciais. Depois de um tempo, não sei se é tão claro explicar, você se acostuma com o espaço e entende que está pisando em um território único.

Talvez a melhor definição do jogo tenha sido dada pelo goleiro Beto de Óculos, um dos fundadores que infelizmente esse ano não apareceu. Em 2012, antes do início da primeira partida e antes do tradicional Pai Nosso, que sempre vem acompanhado da Ave Maria, o camisa 1 cravou a frase: "Não importa se é preto ou branco, a cor do sangue é a mesma".

Abaixe os seus processos, guarde seus molotovs. Os punhos aqui não são cerrados como os dos atletas americanos na Olimpíada de 1968. Não é uma partida da Ku Kux Klan contra os Panteras Negras, é só futebol. Em lados opostos se concentram primos, irmãos, compadres, amigos de longa data.

Como eu já disse, tem de um tudo.

Falamos com jogadores das cinco partidas do dia - um empate, três vitórias dos brancos e uma dos negros - sobre o que é essa celebração. Curte aí:

JOGO 1

Veteraníssimo - Branco 1 x 0 Preto

A primeira partida do Preto x Branco começa por volta das 8 horas da manhã. Os cabelos grisalhos começam a povoar os vestiários e movimentar os dois lados do campo. A partida que reúne os fundadores e a velha guarda do Flôr do São João Clímaco é a que recebe o maior número de boleiros. Só dos brancos eram 23 jogadores. É o passado da várzea no gramado.

A bem da verdade, os brancos jogaram a maior parte do primeiro tempo com 12 jogadores em campo e ainda foram beneficiados pela arbitragem com um gol anulado do adversário. Dos fundadores do clássico somente dois ainda não penduraram as chuteiras, Wilson Pires da Silva, o Pneu, do lado dos jogadores negros; e Pedro Carlos Brianti, o Litão, maior artilheiro do time da várzea com mais de 5000 gols. Duas lendas.

WILSON PIRES DA SILVA

Há quanto tempo você joga o Preto x Branco?

Desde o começo, eu sou um dos fundadores. O que esse encontro representa pra você? É a satisfação de rever os amigos de infância, tem muitos amigos de infância ali. Agora já tem os filhos e os netos que estão dando continuidade. O futebol em sim deixa a desejar, mas a gente continua mantendo a tradição.

Como você explicaria esse jogo para quem vem de fora?

O Preto x Branco tem cunho agregador. Nós nos sentimos mais unidos ali. Muita gente estranha, mas passa a frequentar. Além de ser uma competição esportiva, tem cunho social. Nós angariamos, não é muito, mas nós pedimos que o pessoal leve alimentos para o Natal da Igreja Nossa Senhora Aparecida da Vila Arapuá. Não é muito porque a maioria não leva.

Qual a intenção desse encontro?

Não é só uma competição esportiva. Tem também a ajuda a pessoas carentes e a confraternização. Uns aparecem, ficam duas, três horas, outros ficam o dia todo. É o momento de ver como está a situação dos amigos. Ali temos pessoas de todas as camadas da sociedade: tem amigos nossos que estão milionários, outros estão com dificuldade, outros estão em situação boa mas estão doentes.

Como o senhor enxerga o racismo no futebol brasileiro?

O racismo dentro do Brasil é latento. Ele é acobertado, mascarado. A nossa brincadeira não tem cunho racista, é mais um encontro.

PEDRO CARLOS BRIANTI

Há quanto tempo você joga o Preto x Branco?

Desde o início.

O que esse encontro representa pra você?

É muita coisa. É a família, a amizade. Sem a amizade a gente não iria viver.

Como você explicaria esse jogo para quem vem de fora?

Ele é a nossa amizade, nosso ponto de encontro. É onde recebemos todo mundo bem. A moçada de lá é nota dez, é união.

Qual a intenção desse encontro?

Reencontrar os amigos, desde os mais antigos aos que estão começando a vir.

Você acha que existe racismo no futebol brasileiro?

No futebol profissional vem mais da torcida. Você não sabe com quem tá conversando, com quem tá lidando, você só sabe que a pessoa tá lá, você não conhece a vida dele. Ali onde a gente joga, no amador, a torcida é mais família, a gente convive, tá junto.

JOGO 2

Veterano B - Preto 2 x 1 Branco

Na segunda partida do dia a coisa já começa a se parecer mais com uma partida de futebol de verdade. A rivalidade fica mais evidente e a arquibancada começa a pipocar de gente. Batizada de Veterano B, junta dois times de caras nem tão velhos assim, mas que já não seguram a onda de 90 minutos correndo. Pra usar aquela máxima da pelada: "quem corre é a bola".

Nessa disputa estão Anderson Silva de Medeiros, o Xuxu, e Reginaldo Rodrigues da Silva, ambos membros da diretoria do Flôr de São João Clímaco. Já da segunda geração de boleiros, eles herdam a tradição e as buchas de produzir anualmente o Preto x Branco.

ANDERSON SILVA DE MEDEIROS

O que esse encontro representa pra você?

É o reencontro dos amigos porque na correria que a gente tá hoje você encontra o cara numa conversa rápida no Face, no Zap, mas parar meia hora, uma hora, duas horas numa quantidade dessa de gente é muito gratificante. Tenho amigo ali que só vejo uma vez por ano.

Como você explicaria pra quem vê de fora?

Explicar é muito difícil, a pessoa tem que vir prestigiar, vir aqui ver como funciona o Preto x Branco, porque isso é uma coisa dos antigos, a gente tá pegando uma sequência. Quem fundou foi o meu tio com os amigos. Com o tempo você vai se interessando, o pessoal vai pedindo ajuda, vai trocando. Você vai pegando gosto em participar. É um jogo legal, não sai briga, tem uma rivalidade gostosa.

Qual a intenção desse encontro?

É o encontro entre o passado, o presente e o futuro. Você viu quantas crianças tinham lá?

Você acha que existe racismo no futebol brasileiro?

Mano, vou falar uma coisa para você. Eu já sou um pouco razão. Existe isso desde os primórdios, desde Leônidas da Silva, desde o primeiro vascaíno que se pintou de branco para jogar. Isso diminui, mas não vai acabar. Hoje ainda tem 300 câmeras, todo mundo tem computador. Mas e quando não tinha? O Serginho Chulapa falou uma coisa para mim uns anos atrás: 'Neguinho, na minha época eu mirava o cara que tava me xingando na arquibancada, quando acabava o jogo eu ia buscar'. Hoje tá muito sensível.

REGINALDO RODRIGUES DA SILVA

Há quanto tempo você joga o Preto x Branco?

Nossa, véio. Há pelo menos 20 anos. Eu sempre morei nas imediações. No primeiro ano que eu participei joguei para o time dos pretos, porque tinha falta de jogadores e encontrei uma brecha para participar da festa, mas depois foi só pros brancos.

O que esse encontro representa para você?

Esse encontro para mim é a melhor festa do ano. A gente vê amigos que não encontramos o ano todo ou que não vemos há muitos anos. Faz parte do meu calendário: dezembro tem Preto x Branco, Natal e Ano Novo. A mulher briga, a mulher xinga, mas ela já se acostumou. Eu tô lá todos os anos às seis da manhã e sou sempre um dos últimos a sair.

Como você explicaria esse jogo para quem vem de fora?

Quem vem de fora às vezes acha que o termo tem alguma pitada de racismo por não misturar os dois times, mas o que a gente busca é justamente mostrar o contrário, existe uma rivalidade dentro de campo, porém quando acaba o jogo saem todos abraçados e fazem questão de tomar uma cerveja, bater papo, falar da vida.

Qual a intenção desse encontro?

A proposta é reforçar a cada dia que, independente da religião, da cor, da crença, do estilo de vida, somos todos seres humanos e somos todos iguais. Não existe diferença entre preto, branco, amarelo, pardo.

Você acha que existe racismo no futebol?

Infelizmente existe e eu lamento. Não há em livro de regras nenhum do futebol que comprove que o branco tenha mais habilidade que o negro ou vice-versa. Se fosse um esporte que tivesse que ser regido por uma única etnia a gente não teria asiático bom de bola, árabe bom de bola.

JOGO 3

Veterano - Preto 1 x 1 Branco

Os convidados mais ilustres de 2015 estiveram no jogo dos veteranos, a terceira partida, do Preto x Branco. Defendendo a camisa vermelha do time dos Pretos, Amaral, aquele volante palmeirense raçudo que tomou aquele maravilhoso elástico do Romário, e Dinei, que fez o nome no Corinthians, participou d'A Fazenda e tenta a insistente carreira política. Dinei, para falar a real, mal tocou na bola, mas Amaral chegou junto nuns lances.

Mas como o Preto x Branco é feito de histórias, e não de famosos, também estava em campo Luciano Souza Maracantonio, o Luciano Paulista, ou simplesmente Preguinho. Aos 38 anos, é uma das lendas da disputa. Bom de bola, foi jogador profissional e passou pela categoria de base do Flamengo, São Caetano, Santo André, Juventus, Olímpia, CSA, CRB e Corinthians de Alagoas, Comercial do Mato Grosso do Sul. Jogou em Portugal e na Bolívia.

Hoje ele agencia uma dúzia de aspirantes a atletas e é um dos mais cobiçados jogadores do evento. Filho de pai branco e mãe negra, a escolha do time de Preguinho sempre foi uma treta de família. "Por dois ou três anos eu joguei pros brancos por causa do meu pai", ele diz.

No documentário Preto contra Branco, de Wagner Morales, os pais de Preguinho falam da treta. À época ele era a principal estrela do time dos Pretos muito a contragosto do pai.

LUCIANO PAULISTA

Há quanto tempo você joga o Preto x Branco?

Eu já jogo há muitos anos, acredito que há mais de 15 anos.

O que esse encontro representa para você?

É um dia especial, onde você encontra pessoas que às vezes não vê o ano todo. É um dia especial para o nosso bairro. É uma tradição já.

Como você explicaria esse jogo para quem vem de fora?

Eu diria para vir todo ano para entender. É uma confraternização e é uma luta também contra o preconceito. Você vê preto, branco, japonês, todo mundo se abraçando, fazendo festa. Rola o futebol, rola o samba. E todos são bem vindos.

Você acha que existe racismo no futebol?

Não tem como negar que existe. Eu sofri com isso mais fora do Brasil do que aqui dentro. No meu time da Bolívia tinham quatro argentinos e eles costumam mencionar o brasileiro como macaquito. Isso já é um ato racista e isso é da naturalidade deles.

JOGO 4
Segundo quadro - Preto 1 x 3 Branco

Agora a coisa fica séria mesmo. Não tem essa de bater fofo, amenizar. O jogo é pegado, corrido e sem arrego. De um lado está Paulo Roberto Zanettin Molina, o Pingo, lateral esquerdo que tem a infelicidade de se parecer muito com Danilo Gentili.Pingo conta que até teve oportunidade de bater uma bola profissionalmente, mas foi preguiçoso demais pro trampo. Do outro está Anderson de Sousa, o Montanha, o zagueiro que como o nome já adianta, não é nada pequeno.

Na disputa Davi x Golias do Preto x Branco, assim como na Bíblia, quem se deu bem foi o baixinho. Vitória do time dos brancos por 3x1. Enquanto o pau comia dentro de campo, um grupo de samba rock deitava o cabelo com uma seleção responsa que ia de "Ive Brussel", de Caetano Veloso e Jorge Ben, a "Vestido de Prata", do Paulinho Boca de Cantor.

ANDERSON DE SOUZA

Há quanto tempo você joga o Preto x Branco?

Jogo há uns 15 anos já. Sempre pro time dos pretos.

O que esse encontro representa para você?

Eu gosto, sempre estou lá e fico ansioso para o final do ano. Morei muitos anos próximo do campo, é minha casa.

Como você explicaria esse jogo para quem vem de fora?

É só para quem joga mesmo. É uma rivalidade entre amigos, é um lance muito sadio. Todo ano a gente faz de tudo para ganhar senão somos zoados o ano inteiro.

Qual a intenção desse encontro?

É unir sem discriminação. Não temos discriminação de cor, de raça, de crença, de nada.

Você acha que existe racismo no futebol brasileiro?

Infelizmente ainda existe. É importante divulgar os atos racistas, inibi-los.

PAULO ROBERTO ZANETTIN MOLINA

Há quanto tempo você joga o Preto x Branco?

Putz, velho. Deve ter uns 10, 12 anos mais ou menos. Foram tantos que eu não sei te dizer quando foi a primeira vez.

O que esse encontro representa para você?

É a coroação do ano. O ano inteiro a gente joga a Liga e comemora no final. Torce para ninguém se machucar o ano todo para poder participar.

Como você explicaria esse jogo para quem vem de fora?

Só o nome pode deturpar um pouco a coisa, mas aquilo ali foi criado, porque no começo os caras jogavam casado x solteiros, mas já tava ficando todo mundo casado e eles resolveram mudar e separaram os times assim. São pretos e brancos fazendo uma festa para todos.

Qual a intenção desse encontro?

A intenção sempre foi unir o pessoal do Flôr do São João Clímaco e dos clubes co-irmãos. O Arapuá, o Milionários, 11 Primos. Sempre foi um jogo de amigos.

Você acha que existe racismo no futebol brasileiro?

Entre os jogadores isso é usado mais para provocação, claro que tem pessoas idiotas, mas serve mais para desestabilizar o adversário. O brasileiro é muito misturado, tem mistura de todo mundo.

JOGO 5

Jogo principal - Preto 1 x 2 Branco

Arquibancada lotada, 31ºC num sol imperdoável e muita gente se aglomerando nas partes cobertos da sede do Flôr do São João Clímaco. O futebol a essa altura já não é mais o foco. A música, o churrasco, a cerveja, são mais cobiçadas do que a bola na rede. Apesar de ser a partida mais importante do Preto x Branco, o primeiro quadro é pouco comemorado.

Dentro do campo uma molecada bem nova se enfrenta num nível quase profissional. Lá fora é só festa e curtição. É preto, branco, azul, amarelo, verde, tá todo mundo ali curtindo um domingão de sol bem daora.

Sentindo fortes dores no púbis, Gilberto, o goleiro do time dos pretos, saiu de campo no intervalo do primeiro tempo. Ele é treinador dos guarda-metas do Água Santa, um emergente clube de Diadema. Ele passou pelo Mirassol, Araçatuba, Comercial, Botafogo de Ribeirão Preto e se aposentou no Santo André. Do outro lado está o vitorioso Thiago Bento Jorge, que há apenas três anos dá expediente embaixo das traves do time dos brancos com um currículo de dois empates e uma vitória.

GILBERTO CARDOSO DOS SANTOS

Há quanto tempo você joga o Preto x Branco?

Eu jogo há uns seis anos. Quem me levou foi o Preguinho e sempre fui muito bem recebido. É sempre uma alegria rever a velha guarda e os amigos. Pela primeira vez eu joguei pelo veterano e também no primeiro quadro.

O que esse encontro representa para você?

É a comunidade. É um jogo de amigos, acima de tudo vamos lá para rever os amigos, não importa nem a cor nem a raça.

Como você explicaria esse jogo para quem vem de fora?

Quando começa o jogo tem rivalidade, tiração de sarro e tensão. Mas é muito especial de jogar, é como se fosse um clássico. O Preto x Branco é a amizade, a união das comunidades próximas. Vem jogadores de muitos lugares. Tem algo especial ali dentro daquele campo.

Você acha que existe racismo no futebol brasileiro?

Pelo fato de ser goleiro e ficar ali perto do alambrado, já passei por muitas situações racistas, tanto no profissional quanto no amador. O racismo existe principalmente entre os torcedores. A emoção vai lá em cima e as pessoas se esquecem que é outro ser humano ali dentro. Tem que combater.

THIAGO BENTO JORGE

Há quanto tempo você joga o Preto x Branco?

É o terceiro ano que eu participo.

O que esse encontro representa para você?

É uma tradição no Flôr do São João Clímaco, existe uma rivalidade além da confraternização. Nesses três anos que eu tô jogando tiveram dois empates e uma vitória dos brancos. Realmente existe uma rivalidade, mas é sadia.

Como você explicaria esse jogo para quem vem de fora?

É uma festa entre amigos, independente de quem ganha a gente fica lá bebendo e tirando sarro um da cara do outro. O jogo é um modo de atrair as pessoas para a confraternização, o resultado pouco importa.

Qual a intenção desse encontro?

A intenção é esse encontro. É um festival do encerramento das atividades do Flôr. É uma celebração muito importante para o clube.

Você acha que existe racismo no futebol brasileiro?

O racismo não se limita só ao futebol, infelizmente. Em qualquer área, em qualquer ramo que você for sempre vai existir o racismo. Isso é um atraso e esse festival é feito para mostrar que todos nós somos iguais, sem discriminação de nada e que todos têm potencial para fazer o que bem entender.

Leia no site da Vice: Pode não parecer, mas o 'Preto X Branco' é uma festa


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