Folha de S. Paulo


Queda do Vasco deixa jogadores abatidos e em silêncio

Paulo Fernandes/Divulgação/Vasco.com.br
Vasco empata com Coritiba e é rebaixado no Campeonato Brasileiro
Vasco empata com Coritiba e é rebaixado no Campeonato Brasileiro

O atacante Rafael Silva sentou no gramado e chorou logo após o final da partida que decretou a terceira queda do Vasco da Gama para a Série B do Campeonato Brasileiro. O volante Serginho só conseguia pedir "desculpa pelo resultado" ao deixar às pressas o gramado molhado em Curitiba. Os outros vascaínos entraram em silêncio no vestiário do Couto Pereira.

Assim, debaixo de muita chuva e frio, o Vasco amargou neste domingo (6) mais um vexame recente.

Quatro vezes campeão Brasileiro, o clube comandado por Eurico Miranda caiu, pela terceira vez desde 2008, para a Série B do Brasileiro.

Tudo deu errado para o time de São Januário. Precisando vencer o Coritiba e ainda torcer por um tropeço do Avaí ou do Figueirense, os cariocas apenas empataram por 0 a 0, no Couto Pereira.

Durante o segundo tempo, os jogadores ainda eram obrigados a ouvir os torcedores adversários comemorando os gols dos catarinenses enquanto tentavam a vitória.

No mesmo horário, o Figueirense venceu o Fluminense, por 1 a 0, em Florianópolis. Já o Avaí empatou com o Corinthians, por 1 a 1, em São Paulo.

Com os resultados, além do Vasco, Avaí e Goiás foram rebaixados na última rodada. O Joinville já não tinha chances. Coritiba e Figueirense permaneceram na elite do futebol nacional.

"Fizemos de tudo para tentar recuperar, mas infelizmente não deu, é o futebol", lamentou o meia-atacante Nenê, um dos poucos jogadores que se destacaram no time nesta temporada.

Ele foi contratado no meio da competição e liderou a reação no segundo turno.

A campanha do Vasco era sofrível no primeiro turno. Somou apenas 13 pontos em 19 partidas. No returno, o time até que reagiu, venceu partidas, mas foi em vão.

A queda é uma reflexo da fase ruim do clube nos últimos anos. Campeão da Libertadores de 1998, o Vasco não vence três partidas seguidas no Brasileiro desde 2012.

Fora de campo também enfrenta uma grave crise financeira. Apenas para a União, o Vasco deve cerca de R$ 150 milhões, segundo a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.

SIBÉRIA

Quase mil vascaínos foram ao estádio apoiar o time e sofreram ainda mais com o frio e a chuva. A temperatura era de cerca de 17º C, quando o juiz encerrou a partida.

"É muita ironia do destino. Curitiba parece a Sibéria brasileira. O Vasco está pagando pela língua grande do Eurico", disse o empresário Jorge Salomão, 43, ao chegar no Couto Pereira.

Em agosto, o presidente Eurico Miranda havia prometido ir para a Sibéria se o Vasco fosse rebaixado. "Tomara que ele cumpra a promessa", acrescentou o torcedor.

Miranda esteve no Couto Pereira. Após a partida, deixou o estádio sem falar com a imprensa. O clube anunciou que ele dará uma entrevista coletiva nesta segunda (7) para falar sobre a queda da equipe e o planejamento para a temporada, de 2016.


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