Folha de S. Paulo


Prass vê falta de ética em atitude de Oliveira e crê em 2016 'bem mais forte'

"A vingança é um prato que se come frio". O ditado repetido exaustivamente poucas vezes pareceu tão saboroso aos jogadores do Palmeiras, especialmente ao goleiro Fernando Prass.

Em meio à euforia da comemoração do título da Copa do Brasil, eles fizeram questão de lembrar do atacante Ricardo Oliveira, cujas atitudes em confrontos anteriores entre as equipes geraram incômodo nos atletas do time alviverde. Máscaras e caretas com referência ao jogador rival proliferaram na comemoração.

Diferentemente do que se poderia imaginar, Prass, que trocou cutucões, boladas e indiretas públicas com o atacante durante a temporada, se ressentiu sobretudo de uma ação que não foi direcionada a ele.

"A situação mais grave para mim foi a final do Campeonato Paulista, com o Dudu", aponta, referindo-se a lance em que Dudu perde pênalti no primeiro jogo das finais do Paulista e Ricardo grita em seu ouvido.

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"Eu uso o exemplo do Vladimir [goleiro do Santos]. O Dudu errou o pênalti e ele vibrou muito com a torcida dele. Agora, o Ricardo não, ele teve uma atitude totalmente anti-profissional, antiética, pelo menos de acordo com meu modo de agir. Um jogador estava em um momento vulnerável, havia perdido a cobrança, e ele vai no ouvido do Dudu, comemora para humilhar. Aquilo lá foi para humilhar. O que eu mais levei foi esse desrespeito com o Dudu", conta Prass em entrevista à Folha na sexta-feira (4).

Perguntado se o grupo tirou uma motivação extra do episódio, ele não nega.

"Nossa motivação já era absurda por ser uma final. Mas eu estaria sendo hipócrita se dissesse que para nós foi indiferente", comenta.

Sobre a Libertadores em 2016, o goleiro mostra empolgação, e já pensa em título.

"A gente lutou tanto para jogar a Libertadores, então não vamos chegar só para competir. Na Libertadores, ser primeiro, segundo ou último não faz a menor diferença. Chegar em segundo não te dá vaga para nada. Toda estrutura do Palmeiras é para chegar com condições de ganhar", afirma.

"Você vai pegar janeiro de 2015 e janeiro de 2016, a diferença vai ser absurda, em termos de estádio, time, grupo. Não tem nem comparação. O Palmeiras vai chegar bem mais forte. As perspectivas são as melhores."


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