Folha de S. Paulo


Polícia suíça prende presidentes da Conmebol e da Concacaf

Michele Limina/AFP
Carros deixam o hotel Baur au Lac, em Zurique, na Suíça
Carros deixam o hotel Baur au Lac, em Zurique, na Suíça

Autoridades suíças prenderam na manhã desta quinta-feira (3) dois dirigentes da Fifa (Federação Internacional de Futebol) durante operação no hotel Baur au Lac, em Zurique, na Suíça.

Os cartolas presos são o paraguaio Juan Ángel Napout, presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), e o hondurenho Alfredo Hawit, presidente da Concacaf (confederação que cuida do futebol da América do Norte, América Central e Caribe) e vice da Fifa.

As detenções foram feitas a pedido da Justiça americana, sete meses após as prisões de cartolas da entidade, ocorridas no mesmo hotel.

Em comunicado, o Departamento de Justiça da Suíça confirmou a prisão dos dois dirigentes e disse que ambos se opuseram à extradição para os Estados Unidos.

O Departamento de Justiça da Suíça informou que as ordens de prisão foram emitidas pelo FOJ (Escritório Federal de Justiça) baseadas em um pedido de 29 de novembro feito pela Corte americana.

O FOJ pedirá, agora, que os Estados Unidos apresentem pedidos formais de extradição no prazo de 40 dias previsto no tratado bilateral de extradição.

Os presos são suspeitos de aceitar suborno de milhões de dólares em troca da venda de direitos de comercialização em torneios de futebol na América Latina e Copa do Mundo.

Alguns dos crimes cometidos pelos dois dirigentes foram preparados nos EUA e os pagamentos feitos em bancos norte-americanos, segundo informações do pedido de prisão.

OUTRAS PRISÕES

O ex-presidente da CBF José Maria Marin, 83, e outros seis dirigentes da Fifa foram presos pela polícia suíça em uma operação surpresa em maio, a pedido das autoridades dos Estados Unidos. Os cartolas são investigados pela Justiça americana em um suposto esquema de corrupção.

Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, foram presos, além de Marin, Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael Esquivel. À época eles participariam do congresso da Fifa e da eleição da entidade.

A maior parte do esquema envolvia subornos e propinas entre dirigentes da Fifa e executivos do setor na comercialização de jogos e direitos de marketing de campeonatos como eliminatórias da Copa do Mundo na América do Norte, a Concacaf, a Copa América, a Libertadores e a Copa do Brasil -esta última, organizada pela CBF.

Jeffrey Webb e José Maria Marin concordaram com o processo de extradição simplificado e foram então transferidos os EUA, em julho e novembro.

Os outros cinco se recusaram a fazer o acordo de extradição e aguardam decisão do FOJ.


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