Folha de S. Paulo


Campeão com empate, Santos busca vitória e recorde na Copa do Brasil

Na final contra o Palmeiras, nesta quarta-feira (2), às 22h, no Allianz Parque, o Santos se apoia num retrospecto positivo na Copa do Brasil, que pode lhe garantir o título e um recorde no torneio.

Na competição, a equipe já ostenta hoje a melhor campanha da história contabilizadas todas as 27 edições, com aproveitamento de 87,1%, justificado por 11 vitórias, um empate e uma derrota.

A condição, no entanto, só será confirmada em caso de título com vitória. O desempenho ainda subiria para 88%, deixando para trás um outro rival, o Corinthians de 1995, maior campeão ao lado do Grêmio de 1991, com 86,6%, ambos invictos.

Caso empate, o atual Santos vira o terceiro melhor, ao lado o Flamengo de 2013, com 83,3%. Se perder, será só o sexto na conta.

Mas o atual time tem bons motivos para sonhar. Foi na Copa do Brasil que viveu o que não alcançou no Brasileiro deste ano.

Se encerrou a sua participação como visitante com uma solitária vitória em 19 jogos, na competição que será decidida nesta quarta perdeu uma vez, para o Sport, pela terceira fase, e superou fora todos os adversários seguintes: Corinthians, Figueirense e São Paulo.

"Vejo coisas parecidas com a ascensão no mata-mata de 2002, quando o time jogou no ataque e passou por cima", analisa Guilherme Nascimento, conselheiro do clube e membro da Assophis (Associação de Pesquisadores e Historiadores do Santos).

A citação ao time que conquistou o país naquele ano, liderado por Diego e Robinho, é feita pelo crescimento, justamente, na fase mais decisiva da competição. Desde a chegada de Dorival, não foi diferente.

"O momento mais especial foi o jogo de volta aqui, contra o Sport. Tínhamos que reverter a situação da primeira partida e depois pegamos adversários de alto nível", afirma Dorival Júnior.

Dorival comandou o Santos em sua única conquista, em 2010, que tinha Robinho e Neymar, mas com uma campanha com aproveitamento bem distante do atual, fraquejando, principalmente, como visitante.

O técnico sabe dos números que tem a mão, mas que tudo pode ruir sem a conquista. "Se não acontecer, a campanha não valeu de nada".

O critério utilizado pela Folha foi estabelecer o aproveitamento de todos com base no sistema atual de pontuação, por ser uma competição eliminatória. Vale lembrar que de 89 a 94, a vitória valia apenas dois pontos. Mesmo assim, somente o Grêmio, o primeiro dos campeões, poderia ultrapassar a média santista.

O aproveitamento de todos os campeões da Copa do Brasil:

1989: Grêmio (8 vitórias e 2 empates, 86,6%)
1990: Flamengo (6 vitórias e 2 empates, 73,3%)
1991: Criciúma (6 vitórias e 4 empates, 73,3%)
1992: Internacional (6 vitórias, 3 empates e 1 derrota, 70%)
1993: Cruzeiro (5 vitórias, 4 empates e 1 derrota, 63,3%)
1994: Grêmio (6 vitórias e 4 empates, 73,3%)
1995: Corinthians (8 vitórias e 2 empates, 86,6%)
1996: Cruzeiro (4 vitórias, 5 empates e 1 derrota, 56,6%)
1997: Grêmio (5 vitórias e 5 empates, 66,6%)
1998: Palmeiras (6 vitórias, 4 empates e 2 derrotas, 61,1%)
1999: Juventude (6 vitórias, 4 empates e 1 derrota, 66,6%)
2000: Cruzeiro (8 vitórias e 5 empates, 74,3%)
2001: Grêmio (8 vitórias, 2 empates e 2 derrotas, 72,2%)
2002: Corinthians (7 vitórias, 2 empates e 2 derrotas, 69,6%)
2003: Cruzeiro (8 vitórias e 3 empates, 81,8%)
2004: Santo André (4 vitórias, 5 empates e 2 derrotas, 51,5%)
2005: Paulista (5 vitórias, 4 empates e 3 derrotas, 52,7%)
2006: Flamengo (8 vitórias, 3 empates e 1 derrota, 75%)
2007: Fluminense (6 vitórias, 5 empates e 1 derrota, 63,8%)
2008: Sport (7 vitórias, 2 empates e 3 derrotas, 63,8%)
2009: Corinthians (5 vitórias, 4 empates e 1 derrota, 63,3%)
2010: Santos (7 vitórias e 4 derrotas, 63,6%)
2011: Vasco (5 vitórias, 5 empates e 1 derrota, 60%)
2012: Palmeiras (8 vitórias e 3 empates, 81,8%)
2013: Flamengo (11 vitórias, 2 empates e 1 derrota, 83,3%)
2014: Atlético-MG (6 vitórias e 2 derrotas, 75%)


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