Folha de S. Paulo


Golfista brasileira volta a ranking após sete anos e mira Olimpíada de 2016

José Méndez/Efe-12.nov.2015
MEX58. CIUDAD DE MÉXICO (MÉXICO), 12/11/2015.- La golfista brasileña Candy Hannemann golpea la bola hoy, jueves 12 de noviembre de 2015, durante la primer ronda de la octava edición del torneo Lorena Ochoa Invitational (LOI), en el Club México de Ciudad de México (México) donde participan las mejores golfistas del mundo. EFE/José Méndez ORG XMIT: MEX58
Candy Hannemann participa de torneio no México

Maria Cândida, 35, sonha em voltar a jogar golfe no Rio de Janeiro, onde nasceu, em 2016. Mas agora como Candy, nome que adotou ao se mudar para os EUA aos 16 anos.

Destaque no golfe juvenil, universitário e profissional, ela estava há quase sete anos sem disputar o LPGA (circuito norte-americano feminino) e retornou neste ano com um objetivo: defender o Brasil nos Jogos Olímpicos.

No último dia 16, então, Candy Hannemann reapareceu no ranking mundial.

A lista, que tinha apenas quatro brasileiras, agora conta com uma quinta representante em busca da vaga olímpica. "É algo concreto em minha mente. Esta é a razão para minha volta, minha motivação", diz Candy à Folha.

A golfista carioca é a 748ª do ranking, que serve de base para a classificação olímpica e hoje tem 1.094 atletas.

Candy é a terceira melhor brasileira —atrás de Victoria Lovelady (540ª e hoje com a 60ª e última vaga na Rio -2016) e Miriam Nagl (598ª).

O país ainda tem Luciane Lee, 832ª, e Maria Priscila Iida, 855ª. A lista de classificadas sai em julho. "Quero a vaga, mas a volta tem sido mais devagar do que esperava."

A explicação para o novo ritmo de treinos e jogos de Candy tem dois nomes: Stella, 3, e Luiza, 1. As filhas fazem com que a golfista tenha diminuído a quantidade de campeonatos que disputa. "Não jogo mais do que dois seguidos", explica. "E as horas de sono são poucas", diz.

Entre 2004 e 2008, Candy ficou seis vezes entre as dez melhores em torneios do LPGA. No início do mês, terminou na 33ª posição no Lorena Ochoa Invitational e voltou a pontuar no ranking.

O torneio leva o nome da mexicana que foi número um do mundo e, anos antes, chegou a ser derrotada por Candy na NCAA (associação universitária norte-americana).

A brasileira obteve títulos individuais e por equipe pela Universidade Duke.

Uma lesão no punho direito, porém, começou a prejudicá-la em 2008. "Pensei que nunca mais fosse jogar. Mas hoje não tenho nenhuma limitação. Perdi ritmo de jogo, mas ainda tenho habilidade."

Há duas décadas, pouco antes de ir cursar o ensino médio e treinar golfe em uma academia nos EUA, a Maria Cândida de 15 anos era tida pelo então chefe da Confederação Brasileira de Golfe, Eudes de Orleans e Bragança, como "fenômeno" e "talvez melhor juvenil do mundo".

Hoje casada com Adam Grossman, vice-presidente sênior de marketing do tradicional time de beisebol Boston Red Sox e novamente jogadora profissional, Candy pretende voltar ao auge.

E se o golfe retorna aos Jogos após 112 anos, por que Candy –ou Cândida, para os brasileiros– não pode realizar seu sonho na volta ao Rio?


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