Folha de S. Paulo


Medalhões do país têm queda de rendimento em ano pré-olímpico

O 2015 ruim de alguns dos principais atletas do país candidatos a medalha nos Jogos do Rio acende o alerta em relação à meta estabelecida pelo Comitê Olímpico do Brasil de obtenção de 27 a 30 pódios e um lugar entre as dez nações com mais conquistas.

Estrelas como Arthur Zanetti, Cesar Cielo, Mayra Aguiar —expoente de uma temporada fraca do judô— e o vôlei não tiveram bons resultados em seus respectivos Mundiais ou equivalentes.

Outras modalidades, como vôlei de praia e canoagem, por exemplo, tiveram um ano com títulos mundiais e estão cotados a pódios em 2016.

DESEMPENHO EM OLIMPÍADA E MUNDIAIS - Como alguns dos principais atletas do Brasil estão no ciclo até a Rio-2016

As oscilações preocupam. Medalhistas olímpicos em Londres, Cielo, 28, e Zanetti, 25, começaram o ciclo rumo ao Rio, em 2013, com títulos mundiais em suas principais provas –o nadador nos 50 m livre e o ginasta, nas argolas.

A quase oito meses do megaevento, a situação se inverteu. Cielo teve a pior temporada em oito anos. Longe dos melhores tempos, abandonou o Mundial de Kazan, com lesão no ombro esquerdo.

Ele voltou a treinar no início do mês passado e sua recuperação será posta à prova de 16 a 19 de dezembro, na primeira seletiva olímpica da natação, em Palhoça (SC).

Zanetti, que desde 2011 havia perdido só um grande evento –o Mundial de Nanning, em 2014–]"http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2014/10/1531050-brasil-conquista-duas-medalhas-no-mundial-de-ginastica-artistica.shtml:, "[nem avançou à final das argolas no Mundial de Glasgow, no mês passado. Por outro lado, obteve com a equipe masculina classificação para a Rio-2016.

O judô já foi apontado nominalmente pelo COB como carro-chefe para os Jogos do Rio. A modalidade já deu 19 pódios olímpicos ao país, mas eve um 2015 fraco.

De quatro medalhas conquistadas no Mundial de 2014, das quais uma de ouro com Mayra Aguiar, teve só dois bronzes na edição deste ano, no Cazaquistão.

Mayra, 24, caiu nas oitavas de final. Para a gaúcha, porém, o resultado deve ser visto por outro ângulo. "Caímos em chaves bem pesadas neste Mundial. Não foi o que esperávamos, queríamos mais, mas o foco está na Olimpíada", argumentou a judoca.

Além da frustração em Astana, o Brasil viu os atletas despencarem no ranking –apenas Érika Miranda, Mayra e Victor Penalber estavam no top 10 de seus pesos.

Mayra, que foi bronze em Londres-2012, também acha que é salutar tirar um pouco o pé antes do objetivo principal. "Não tem que desgastar o atleta em muitas competições, porque é até perigoso."

Outro "ganha-pão" brasileiro, o vôlei não teve melhor sorte. A seleção masculina não chegou às semifinais da Liga Mundial, no Rio, e foi prata no Pan de Toronto. A feminina, bicampeã olímpica, foi terceira no Grand Prix e também vice no Pan.

"O ano foi bom para observar as jogadoras. A missão foi cumprida. Foi importante como ano estratégico", disse José Roberto Guimarães, técnico da seleção feminina. "Não ter ido mais longe na Liga Mundial foi frustrante", disse Bernardinho, treinador do time masculino.

Outro esporte que ficou aquém do esperado foi a vela. Martine Grael e Kahena Kunze à parte, o país teve em Toronto seu pior Pan neste século, com seis pódios, dos quais dois ouros. Nem mesmo o bicampeão olímpico Robert Scheidt se salvou.

HANDEBOL

A seleção feminina de handebol inicia no próximo sábado (5), na Dinamarca, a defesa do título Mundial. Por haver campeonatos como esse em disputa, COB e Ministério do Esporte não quiseram avaliar o ano olímpico brasileiro.


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