A Fortaleza de São João, no bairro da Urca, será o local final da preparação brasileira para os Jogos do Rio-2016.
Mas seguidos atrasos no processo para construção da piscina olímpica (de 50 m) no local, iniciado há quatro anos, fará com que a seleção de natação faça aclimatação para o megaevento bem distante do "quartel-general".
Mais precisamente, no exterior. A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) pretende levar Cesar Cielo, Bruno Fratus, Thiago Pereira e companhia para os Estados Unidos, mas a definição depende de reunião com a direção do COB (Comitê Olímpico do Brasil), que vai ocorrer no próximo mês.
A Fortaleza de São João tem recebido investimento de R$ 20,4 milhões do Ministério do Esporte para ser renovada e aparelhada e assim ser a casa de 15 modalidades antes do começo dos Jogos do Rio, entre elas a natação.
A previsão da pasta era de que o complexo fosse entregue ainda em 2015, mas a situação da piscina é complicada –as obras são responsabilidade do Exército.
Em agosto de 2011, foi aberta uma licitação, e a empresa vencedora iniciou os trabalhos em janeiro de 2012, com previsão de término em até dois anos. No final de 2013, diante de problemas nos serviços e de adiamento da entrega, o Exército abriu um processo administrativo.
Os trâmites jurídicos se arrastaram por um ano e meio e a rescisão do contrato só ocorreu em julho passado.
Uma nova rodada licitatória para retomada da obra foi aberta a seguir, mas, de acordo com o Exército, "as empresas licitantes inscritas foram inabilitadas, por descumprirem o edital de licitação".
Assim, uma nova licitação foi aberta, mas até o último dia 10 ainda não havia sido definida uma empresa vencedora. Ainda assim, o Exército disse que a escolha está em "fase de conclusão".
OPÇÃO CALIFORNIANA
Se prevalecer a vontade da CBDA, o local escolhido para a seleção deve ser a Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, onde Pereira treina desde o final de 2014.
A opção pelo Estado norte-americano, que estará quatro horas atrás em relação ao horário de Brasília na metade do próximo ano, serviria para ajudar os nadadores a se acostumar com a agenda atípica nos Jogos, com eliminatórias às 13h e finais às 22h.
"Havia a possibilidade de tentar ficar no Rio, mas uma corrente [na CBDA] defendia deixar a cidade devido ao assédio", disse à Folha Alberto Pinto da Silva, técnico principal da seleção masculina.
Outro problema foi que várias instalações no Rio já estão comprometidas com países –a Suécia, por exemplo, ficará no Fluminense.
A delegação chegaria à cidade apenas poucos dias antes do início do megaevento.
Não está descartado que a equipe treine alguns dias na Fortaleza de São João, depois da aclimatação, caso a piscina fique concluída, mas essa hipótese é tida como remota.