Folha de S. Paulo


Organizadas do Corinthians vetam mulheres e crianças em 'decisão'

Com a possibilidade de ver a conquista do hexacampeonato, 35 ônibus com uniformizadas do Corinthians sairão de São Paulo na manhã da quinta-feira para assistir ao jogo contra o Vasco, em São Januário no Rio de Janeiro, que acontece às 22h.

A expectativa é de que 1.500 torcedores estarão nas caravanas para acompanhar a partida —os outros 500 ingressos foram colocados à venda pelo sistema de Fiel Torcedor.

Por um código interno das organizadas, no entanto, só homens viajarão. Mulheres e crianças são vetadas.

Daniel Marenco/Folhapress
***2014 Fifa World Cup Brazil*** RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL, 12-07-2014, 15h00: Treino da Alemanha no estadio Sao Januario, no Rio de Janeiro, na tarde deste sabado. Amanha, a Alemanha enfrenta a Argentina na final da Copa do Mundo, as 16h00, no estadio Jornalista Mario Filho, o Maracana. Apita o jogo o arbitro Nicola Rizzoli, da Italia. (Foto: Daniel Marenco/Folhapress, ESPORTES)
O estádio de São Januário, que será palco do jogo entre Vasco e Corinthians

A regra existe há anos. Os diretores das uniformizadas nem se lembram quando isso começou, mas vem de pelo menos duas décadas.

No Brasil, são três os locais em que mulheres e crianças são impedidos de viajar, no caso dos corintianos: São Januário, Mangueirão, em Belém, e Barradão, em Salvador.

O veto acontece especialmente pela localização dos estádios, com acessos mais estreitos e complicados, o que facilita a ocorrência de brigas entre torcidas, além de emboscadas durante o percurso. A rivalidade existente com os times de cada um desses lugares também entrou na conta para a criação do código.

Algumas mulheres, no entanto, não concordam e dão um jeito de ir da mesma forma, mas fora da caravana, por conta própria. Até a venda de ingressos para elas é, em teoria, proibida, embora aconteça.

"Por parte da PM, jamais haveria qualquer tipo de veto. Para ser sincero, nunca reparei muito nisso. Crianças eu sei que não vão de jeito nenhum, mas mulheres, nunca havia reparado nisso", disse à Folha o major Silvio Luiz, do Grupo Especial de Policiamento em Estádios.


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