Na entrada da loja de artigos esportivos em um grande hipermercado localizado perto do estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, dividem a vitrine as fotos de Lionel Messi e Carlitos Tevez vestindo as camisas de seus times, Barcelona e Boca Juniors, respectivamente.
A 10 de Messi no Barça, quatro vezes eleito o melhor do mundo e favorito para recuperar o posto em 2015, depois de perder as duas últimas para o português Cristiano Ronaldo, é disparada a mais vendida na loja, conta a vendedora Florencia.
"A do Neymar no Barcelona não temos. Mas se o senhor quiser pode personalizar, colocando o nome dele e o número", avisa ela.
Se o atacante brasileiro de 23 anos não é popstar nas lojas da capital argentina, na noite desta quinta (12), ao menos, ele será a estrela do maior clássico de futebol sul-americano.
Argentina e Brasil se enfrentam no Monumental, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, em jogo importante para os dois times, que tropeçaram nas duas primeiras rodadas.
Com três pontos, o Brasil está em quinto lugar. A situação da Argentina é mais complicada: com apenas um ponto, amarga a sétima colocação (só os quatro primeiros garantem vaga direta na Rússia, e o quinto vai para uma repescagem).
Machucados, Messi e Tevez não estarão em campo, mesmo destino de Aguero, do Manchester City, outro atacante argentino do time de estrelas que está lesionado.
Os holofotes, portanto, voltam-se para Neymar, que retorna à seleção após cumprir quatro jogos de suspensão em jogos oficiais, pela expulsão na Copa América.
Mas não é só essa volta que gera expectativa. É a primeira partida dele depois do golaço que fez no domingo (8) pelo Espanhol, conclusão após dar chapéu de costas no zagueiro do Villarreal (vitória de 3 a 0 do Barcelona).
"Fui técnico de um bom Neymar no Barcelona, mas a confiança, após ter ganhado importantes títulos, o transformou em um dos dois jogadores que consideramos superiores aos demais", disse Tata Martino, técnico da Argentina e o primeiro a comandar o brasileiro quando chegou à Espanha, em 2013.
O outro a quem Martino se refere é Messi.
É AGORA?
Neymar nunca marcou no time principal da Argentina. Foram três jogos desde 2010, quando estreou com a amarelinha, com duas derrotas e uma vitória. Nessas partidas, viu Messi marcar quatro, três somente em uma delas, nos 4 a 3 para os argentinos, em amistoso em Londres, dia 9 de junho de 2012.
O brasileiro só fez gol contra os "hermanos" quando os jogos contavam apenas com atletas que atuavam dentro de cada país, nos Superclássicos da América de 2011 e 2012 –fez dois gols e o Brasil conquistou os dois troféus.
É provável que Neymar não sinta a pressão de ser a estrela de um Argentina x Brasil em Buenos Aires porque tem sido protagonista do Barça desde a lesão de Messi.
| Editoria de arte/Folhapress | ||
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Os números do time espanhol sem o argentino, por incrível que pareça, melhoraram (80% a 60% de aproveitamento de pontos), e o brasileiro tem correspondido com gols (13 em 14 partidas nesta temporada).
Messi tem seis gols em 10 jogos e Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, 13 tentos em 15 vezes em campo.
Na TV de uma lanchonete no centro de Buenos Aires, uma emissora local repetia algumas vezes no meio da tarde o gol de Neymar do fim de semana. A legenda perguntava: "Como parar Neymar?".
Dependendo da atuação do camisa 10 da seleção nesta noite, a partir desta semana camisas com seu nome nas costas podem aparecer nas vitrines de lojas argentinas.