Folha de S. Paulo


Titular em todos os jogos, Miranda vira homem de confiança de Dunga

Apenas um jogador foi titular nos 18 jogos de Dunga nesta segunda passagem do treinador pela seleção brasileira.

Se fosse para fazer uma previsão de qual seria esse atleta em julho de 2014, quando Dunga fechou o novo contrato, seria fácil apostar em Neymar, que logo ganhou a tarja de capitão.

Mas o craque do time acabou perdendo quatro jogos por suspensão, e abriu brecha para Miranda se firmar como o capitão substituto e, consequentemente, como o homem de confiança de Dunga.

"Eu me sinto importante", disse Miranda, em entrevista à Folha.

Aos 31 anos, o zagueiro da Inter de Milão acha que para ter a tarja de capitão é preciso ser exemplo para os outros, e um líder, dentro e fora de campo. Virtude que vê nele próprio, mas também em Neymar e outros atletas da seleção.

"Temos o Kaká de volta, o David Luiz, o Luiz Gustavo. Todos jogadores importantes dentro de campo, mas também fora dele", disse Miranda.

Somente o zagueiro e Willian, meia do Chelsea, jogaram as 18 partidas sob o comando de Dunga desde setembro de 2014, quando o Brasil venceu a Colômbia por 1 a 0, em Miami.

Willian começou no banco o amistoso contra o Chile, em março, em Londres, porque Dunga queria testar a dupla Douglas Costa e Philippe Coutinho. Portanto, somente Miranda atuou os 1.620 minutos até agora.

"Eu esperava voltar para a seleção depois da Copa [2014] e me firmar. Consegui", disse Miranda, que viu o Mundial do Brasil pela TV, apesar de alguns especialistas terem defendido sua convocação na época em que atuava pelo Atlético de Madri.

A relação entre Dunga e Miranda é próxima desde abril de 2009. Foi o treinador o primeiro a a dar uma chance ao defensor na seleção, justamente em um jogo de eliminatórias, contra o Peru (vitória do Brasil por 3 a 0), em Porto Alegre. Miranda, então no São Paulo, entrou naquela partida no lugar de Luisão.

Ele fez mais quatro partidas com Dunga e a seleção naquele ano, duas como titular, mas acabou ficando fora da lista final para a Copa-2010, na África do Sul –Dunga optou por levar três atletas mais experientes, Lúcio, Luisão e Juan, e como "promessa" Thiago Silva, destaque do Fluminense e que chegava ao Milan.

A confiança que o treinador tem em seu zagueiro agora torna improvável deixá-lo fora da Copa-2018, na Rússia, se o Brasil conseguir a vaga. O problema é que essas eliminatórias estão sendo consideradas as mais difíceis da história pelo equilíbrio entre ao menos seis equipes do continente –Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Uruguai e Equador brigam por quatro vagas direta e uma na repescagem.

"Não vejo a seleção fora do mundial. Temos jogadores que são destaques nas principais ligas do mundo", afirmou Miranda.

Nesta quinta (12), o Brasil terá pela frente a Argentina, em Buenos Aires, sem Messi, Agüero e Tévez, machucados. E com Neymar de volta da suspensão. Facilidade?

"Não, é a Argentina. Eles têm jogadores de qualidade para suprir a ausência, apesar de Messi e Agüero serem fenômenos", disse o zagueiro da seleção.


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