Folha de S. Paulo


WTorre deve R$ 1,5 milhão gerado pelo Allianz Parque ao Palmeiras

A relação entre Palmeiras e WTorre envolvendo o Allianz Parque segue produzindo desentendimentos associados a valores gerados pelo estádio.

A mais recente rusga deve-se ao fato de a construtora atrasar o repasse de R$ 1,5 milhão ao clube em receitas advindas de eventos, shows, exploração de camarotes e direitos de imagem. Os meses em que os atrasos aconteceram foram maio, julho e agosto.

Segundo o contrato entre clube e construtora, 20% do aluguel do estádio para eventos e shows vai para o Palmeiras. No caso dos direitos de imagem e de camarotes, 5% da renda obtida vai para o clube.

Em ambos os casos, o percentual do repasse aumenta cinco pontos a cada cinco anos.

Parte significativa dos valores devidos, pouco menos de R$ 500 mil, diz respeito ao jogo do Palmeiras contra o Grêmio em setembro.

A partida foi disputada no Pacaembu por conta de show do cantor Rod Stewart no Allianz Parque. Contrato entre as partes prevê que a construtora pague 50% da renda bruta ao Palmeiras da partida que o time disputar fora de seu estádio por conta de eventos promovidos pela WTorre.

Segundo apuração da Folha, foram marcados encontros para negociação de valores entre Palmeiras e WTorre nos últimos meses, mas representantes do clube saíram insatisfeitos com o que foi proposto. Pessoas que acompanharam a negociação disseram que desde então o clube não retomou contato.

No sábado (31), reportagem da Folha revelou que a construtora cobra do Palmeiras cerca de R$ 3,4 milhões de reembolso de despesas com o estádio desde novembro de 2014, quando o estádio foi inaugurado. O clube vai contestar a cobrança, pois interpreta que a WTorre pede reembolso por serviços de manutenção, que seriam incumbência da construtora. Além disso, há pontos considerados controversos na cobrança, como seguranças contratados para vigiar locais em que o Palmeiras já possui funcionários.

Contatada pela reportagem, a WTorre disse que as negociações de valores continuam e que aguarda novo encontro de contas com a agremiação para resolver as pendências. Nesse encontro, seriam determinados os valores que deveriam ser pagos de um para outro.

Procurado, o Palmeiras disse que não se pronunciará sobre o tema.

RELAÇÃO TENSA

A divergência nos pagamentos é mais um capítulo da relação tensa entre clube e construtora. Em situação financeira desconfortável, agravada pela Operação Lava Jato, que fez com que bancos travassem o crédito para a construção civil como um todo -a WTorre não está nas investigações-, a empresa enfrenta pedidos de falência por parte de fornecedores e recebeu uma proposta de compra do Allianz Parque -revelada pela Folha em agosto.

Atualmente, ambos se enfrentam em arbitragens para discutir os direitos de comercialização das cadeiras da arena, entre outros temas.


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