Folha de S. Paulo


Oscar Schmidt critica pagamento de vaga do Brasil no Mundial de basquete

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O ex-jogador Oscar Schmidt disse em sabatina na Folha nesta quinta-feira (29) que, caso ele fosse presidente da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), não teria feito pagamento por uma vaga no Mundial de 2014.

"Se eu fosse presidente não deixaria o Brasil ir ao Mundial, ficaria em casa para ver na carne o que é ficar de fora", afirmou.

Em 2014, a CBB acertou pagamento exigido de 1 milhão de francos suíços (cerca de R$ 2,72 milhões) pela Fiba (a Federação Internacional da modalidade), após formalizar pedido de credenciamento a um dos quatro convites para a Copa do Mundo da Espanha.

O Brasil fez o pedido pois a seleção masculina não conseguiu, em quadra, conquistar uma das vagas para a competição internacional.

Posteriormente, o basquete brasileiro correu risco de perder suas vagas automáticas de país-sede na Olimpíada do Rio, em 2016, após a Fiba não aceitar proposta da CBB pela quitação da dívida.

Em agosto, no entanto, a federação internacional assegurou a seleção brasileira na competição, após Bradesco e Nike –dois patrocinadores privados da CBB– se comprometerem a pagar a dívida.

Em relação a chance de ser dirigente, o ex-jogador descartou a possibilidade.

"Depois que eu descobri como é feita a eleição, aí que não quero mesmo", afirmou, sem entrar em detalhes sobre o processo eleitoral da entidade.

Sobre os jogadores da atual geração, Oscar disse que não convocaria para a seleção o pivô Nenê Hilário, atleta do Washington Wizards, da NBA.

"Ele não gosta de jogar na seleção, e desse jeito arrisca não ganhar nada na carreira. Quem não quer jogar Mundial? Agora, no pré-olímpico ele não foi. O único que eu não convocaria seria ele, os outros têm vontade de jogar pelo Brasil", afirmou.

Apesar das críticas, Oscar afirmou que considera Nenê um "bom jogador".

Em 2013, Nenê foi vaiado antes da partida da NBA no Rio de Janeiro entre Washington Wizards e Chicago Bulls. Antes, o atleta havia pedido dispensa da seleção brasileira para a disputa da Copa América de basquete, na Venezuela.

"É o Brasil que está vaiando ele [Nenê]. No mês passado, ele não jogou pela seleção [na Copa América] e agora vem jogar pré-temporada da NBA no Rio. Não é nem jogo oficial", criticou Oscar na época, em entrevista na lateral da quadra.

A Folha iniciou em agosto, com o ministro do Esporte, George Hilton, uma série de sabatinas que têm a Olimpíada como tema. Esses eventos vão se estender até os Jogos do Rio, em agosto de 2016.

CARREIRA

Além de conquistar a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis ao vencer os Estados Unidos na final, em 1987, Oscar foi bronze no Mundial das Filipinas, em 1978, e atuou em cinco Olimpíadas -o ex-atleta tem o recorde de pontos: 1.093.

Durante a carreira, Oscar protagonizou confrontos históricos, como o jogo contra a União Soviética, em Seul-1988, na melhor fase daquela geração.

Em 2011, retirou um nódulo esférico de 7 cm da cabeça, no início da luta contra o câncer no cérebro. Desde então, passa por sessões de radioterapia, quimioterapia e novos tratamentos feitos nos Estados Unidos em busca da cura.


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