Folha de S. Paulo


OMS descarta necessidade de exames virais em águas da Rio-2016

A OMS (Organização Mundial da Saúde) não considera adequada a realização de exames virais nas águas onde ocorrerão provas dos Jogos Olímpicos de 2016. A informação consta em documento divulgado nesta sexta-feira (16) pelo órgão.

As provas aquáticas da Olimpíada ocorrerão na Baía de Guanabara, na Lagoa Rodrigo de Freitas e na praia de Copacabana.

A má qualidade dessas águas, poluídas por despejo de esgoto, é um dos maiores problemas que os organizadores dos Jogos Olímpicos enfrentam atualmente.

Em julho, reportagem da AP (Associated Press) encontrou níveis perigosamente altos de vírus e bactérias de esgoto humano nessas águas.

Em agosto, a comissão de coordenação do COI (Comitê Olímpico Internacional) para os Jogos de 2016 informou estar satisfeita com a qualidade das águas nos locais de competição.

A presidente da comissão, a marroquina Nawal El Moutawakel, prometeu mergulhar na baía com o diretor-executivo da comissão, o suíço Christophe Dubi.

No entanto, diz o documento da OMS, o órgão recomenda que sejam feitos testes bacteriológicos frequentes nas águas onde ocorrerão os Jogos.

No documento, a OMS, que assessora governos, o Comitê Olímpico Internacional e o Comitê Organizador Local em temas de saúde pública, não recomenda os testes virais porque os considera pouco precisos: falta padrão aos métodos e os resultados podem ser interpretados de maneiras diferentes, diz o órgão.

"Dados epidemiológicos mostram que testes bacteriológicos (...) são mais eficazes na previsão de doenças gastrointestinais causadas por contato com água contaminada por fezes, incluindo doenças causadas por vírus", diz comunicado do órgão.

No entanto, o texto da OMS não especifica a periodicidade com que esses exames devem ser feitos.

Testes bacteriológicos são feitos pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente) mensalmente ou com maior frequência em época de competições.


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