Folha de S. Paulo


Antes virtual rebaixado no Brasileiro, Vasco reage com técnico Jorginho

Paulo Fernandes/Vasco.com.br
Jorginho (dir.) conversa com seu auxiliar-técnico, o ex-jogador Zinho
Jorginho (dir.) conversa com seu auxiliar-técnico, o ex-jogador Zinho

Jogadores desmotivados, na lanterna do torneio e em meio à pior campanha da história do clube no Brasileiro.

Neste cenário desolador, o ex-lateral da seleção Jorginho aceitou o desafio de tirar o Vasco do terceiro rebaixamento da sua história.

Um mês e meio depois de assumir o cargo, o treinador é o principal responsável pela reação dos cariocas no Brasileiro. Para ter sucesso na missão, Jorginho definiu duas metas: evita fazer contas e encara um jogo por vez.

Até agora, está dando certo. Último lugar no primeiro turno, tendo feito apenas 13 pontos, o Vasco deu uma arrancada e está há cinco jogos sem perder. Acumulou no returno outros 13 pontos (quatro vitórias e um empate) e vê, agora, aumentarem as chances de não ser rebaixado.

Com a pontuação, o Vasco é o líder da segunda metade da competição. Embora ainda na vice-lanterna, está a cinco pontos de sair da zona de rebaixamento –tem 26, contra 31 do Goiás (16º).

Neste domingo (4), enfrenta o Avaí, às 11h, fora de casa com a missão de vencer para manter a esperança da torcida. O jogo é considerado de "seis pontos" pelo treinador. O time catarinense –32 pontos– é adversário direto do Vasco na fuga do descenso.

"O Jorginho encontrou uma forma de o time jogar. Isso está fazendo a diferença", disse o meia Andrezinho, contratado na gestão do técnico anterior, Celso Roth.

Jorginho estreou com vitória no clássico contra o Flamengo pela Copa do Brasil. Mas a segunda partida sob seu comando no Brasileiro foi uma tragédia: o Vasco levou 6 a 0 do Internacional, na maior goleada sofrida pelo clube desde a criação do campeonato nacional, em 1971.

Aquela havia sido a sétima goleada sofrida no brasileiro, mas, desde então, o time não perdeu mais por uma diferença de três gols. "Depois daquele jogo contra o Inter, o Jorginho reuniu o grupo e falou que tinha total confiança na gente, e isso ajudou bastante", disse Andrezinho.

Jorginho recuperou jogadores preteridos por técnicos anteriores, como o volante Bruno Gallo e o zagueiro Rafael Vaz, que agora se destacam em suas posições.

DUPLA DO TETRA

Para encarar o desafio em São Januário, Jorginho levou para auxiliá-lo Zinho, seu companheiro na seleção que ganhou a Copa de 1994.

A primeira mudança foi no esquema: o 4-2-3-1 foi trocado pelo 4-4-2, semelhante ao usado pela seleção no tetra.

Além das mudanças táticas, Jorginho diz que a receita está na motivação. "Quando você tem um ambiente bom, todos os jogadores estão remando juntos porque todos se sentem valorizados."

"O Guiñazú, por exemplo, disse para mim que eu podia contar com ele dentro e fora do campo e isso faz a diferença, quando o jogador está comprometido", afirmou.


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