Folha de S. Paulo


Atletas mentiram para sair em livro sobre brasileiros nos Jogos, diz autora

A professora Kátia Rubio, da Escola de Educação Física e Esporte da USP (Universidade de São Paulo), descobriu dois atletas que teriam mentido em sua obra "Atletas Olímpicos Brasileiros", que reúne todos os esportistas do país que já disputaram uma edição dos Jogos Olímpicos.

A revelação foi feita pela autora do livro em seu blog. À Folha, Rubio confirmou a história, mas não quis divulgar o nome dos atletas que, segundo ela, deram informações falsas para a publicação.

A história foi contada no blog da Kátia Rubio e reproduzida no blog do jornalista Daniel Brito, do UOL (empresa do Grupo Folha, que edita a Folha).

Segundo a Folha apurou, um dos depoimentos forjados é de José Claudio dos Santos, o Zequinha, que mentiu ao dizer que foi para o Pan de 1979 e para a Olimpíada de 1980. Em Moscou disse que foi reserva do 4 x 100 m.

De acordo com o colunista da Folha Juca Kfouri, o outro depoimento forjado foi de Cristiane Paquelet.

A ex-nadadora encontrou Kátia Rubio na sede do COB e deu seu depoimento em vídeo sobre uma eventual participação sua nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972. No depoimento, Paquelet falou detalhes da Vila e da piscina alemã e disse que ficou fora da competição após se contundir durante os treinamentos.

Kátia foi alertada sofre o falso depoimento no dia 26 de agosto —um dia após o lançamento do livro, que foi resultado de uma pesquisa de 15 anos. Três nadadoras que disputaram a Olimpíada de Munique relataram que a história era falsa.

A reportagem entrou em contato com o COB para falar com Christiane Paquelet, mas não conseguiu obteve retorno.

Além de Paquelet, Kátia descobriu mais uma farsa, segundo ela. Um atleta teria inventado que integrou o revezamento brasileiro nos Jogos Olímpicos de 1980.

Em sua obra, Kátia considerou um atleta olímpico aquele que passou pelas seletivas, fez a aclimatação e não necessariamente competiu, por ser reserva, por lesão ou qualquer outro motivo.

A primeira edição teve 5 mil exemplares —não existe previsão de segunda edição. A versão digital excluirá as duas farsas alegadas pela autora.


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