Folha de S. Paulo


Com medo de pedido de prisão, Blatter pretende evitar encontro no Japão

Com medo de ser alvo de um pedido de prisão por parte dos Estados Unidos, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, pretende alterar do Japão para a Suíça a sede da reunião do comitê executivo marcada para o mês de dezembro.

O martelo será batido até sexta-feira (25), mas segundo informações de dirigentes em Zurique, a decisão está praticamente tomada.

Tradicionalmente, a última reunião do ano do comitê, órgão máximo da entidade, é realizada em dezembro no país sede do Mundial de Clubes –no caso, em 2015, no Japão.

No entanto, diante do escândalo de corrupção que atinge a Fifa, que levou à prisão de sete cartolas no dia 27 de maio, em Zurique, Blatter tem evitado deixar a Suíça. Ele teme ser alvo de um pedido de prisão das autoridades americanas, responsáveis pela detenção dos dirigentes, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin.

Com isso, o comitê deve realizar a reunião de dezembro em Zurique, onde Blatter, cidadão suíço, reside e se sente mais seguro.

Diante deste cenário, não está confirmada a presença do dirigente durante os jogos do Mundial no Japão, cujo sorteio de chaves foi realizado nesta quarta (23), em Zurique.

Blatter deixa o cargo de presidente em fevereiro, após eleição convocada por ele, que, sob pressão, abriu mão do posto em junho, dias depois de ser reeleito.

O comitê executivo se reúne nos próximos dois dias desta semana em Zurique para discutir as reformas a serem implementadas por um grupo criado em meio à crise.

Mais uma vez, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, vai se ausentar deste encontro. Suspeito de envolvimento na investigação conduzida nos Estados Unidos sobre corrupção no futebol, Del Nero é outro que tem evitado viajar para o exterior.

VALCKE

O Ministério Público da Suíça anunciou nesta quarta que requisitou à Fifa os e-mails de Jerôme Valcke, afastado do cargo de secretário-geral semana passada após ser acusado de ligação com um esquema de venda ilegal de ingressos.

Segundo a procuradoria, a entidade ainda não entregou o material.


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