Folha de S. Paulo


Dirigente projeta estreia do Brasil na Copa do Mundo de rúgbi em 2023

Danilo Verpa/Folhapress
Jogadores da seleção brasileira de rúgbi durante um treino
Jogadores da seleção brasileira de rúgbi durante um treino

Uma propaganda da empresa de material esportivo Topper, patrocinadora da Confederação Brasileira de Rugby, fez sucesso em 2010 ao usar de ironia para falar que o esporte ainda seria grande no Brasil.

Cinco anos depois do comercial, o anunciado não se transformou em realidade, pelo menos por enquanto. A Copa do Mundo de rúgbi, que começou a ser disputada na Inglaterra na última sexta-feira (18), não conta com a presença da seleção brasileira.

O Brasil nunca participou da competição, considerada pelos organizadores o terceiro maior evento esportivo do mundo, atrás apenas da Copa do Mundo de futebol e dos Jogos Olímpicos.

Segundo o CEO da confederação brasileira, Agustin Danza, a meta estabelecida pela entidade é participar da Copa do Mundo de 2023, ainda sem sede definida –a de 2019 será no Japão.

Para que isso aconteça, ele afirma que a confederação investe em busca de novos talentos e quer aumentar o calendário do esporte no país.

Danza alega que falta infraestrutura para o esporte crescer, mas vê a situação melhor do que em anos passados.

"Hoje contamos com seis centros de alto rendimento em cinco Estados, equipados com academias, campos e profissionais capacitados. Além disso, hoje temos seis clubes construindo seu próprio centro", afirmou à Folha.

A primeira missão do rúgbi brasileiro é crescer dentro do continente. A Argentina é uma potência do esporte. O outro representante sul-americano na Copa do Mundo é o Uruguai.

"No Brasil, os jovens iniciam no rúgbi mais tarde do que em países como a Argentina, que tem um rúgbi mais desenvolvido do que o nosso", disse o CEO.

OLIMPÍADA

Mesmo sem a participação brasileira, o dirigente espera que a Copa do Mundo ajude a difundir o gosto pelo esporte no Brasil. O canal de TV por assinatura ESPN comprou os direitos de transmissão para o país.

Outro evento considerado chave pela confederação é a Olimpíada do Rio. Após 92 anos, o rúgbi retornará ao programa olímpico nos Jogos de 2016, mas em uma categoria diferente da tradicional.

A Copa do Mundo é jogada com 15 atletas em cada time. Já a Olimpíada será disputada no formato "sevens", em que cada equipe conta com sete jogadores.

Outra diferença significativa está no tempo de jogo. São dois períodos de 40 minutos no modelo tradicional, enquanto no "sevens" eles duram apenas sete minutos.

"Queremos aproveitar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos para desenvolver ao máximo o rúgbi por aqui. Por conta dos Jogos, temos projetos que farão o esporte crescer e se desenvolver em diversos níveis", afirmou.

Um deles prevê que 1.000 escolas do Rio de Janeiro incluirão o rúgbi em aulas de educação física até o ano que vem.

Por mais que o esporte ainda não tenha alcançado o patamar projetado pela propaganda, o dirigente mantém o otimismo.

"Temos material humano único no mundo, um país que adora esportes, uma equipe de pessoas 100% comprometidas com a causa e trabalhando dia e noite para fazer o rúgbi crescer. Não tenho dúvida de que será um esporte consolidado no Brasil no médio prazo", finalizou.

COPA DO MUNDO NA INGLATERRA

A Copa do Mundo de rúgbi deste ano começou com a vitória da Inglaterra, dona da casa, sobre Fiji, por 35 a 11.

Outros sete jogos foram disputados entre sábado (19) e domingo (20), com destaque para a vitória da Nova Zelândia, uma das favoritas ao título, sobre a Argentina, por 26 a 16.

A grande surpresa do fim de semana foi o triunfo do Japão sobre a África do Sul, uma das potências do rúgbi, por 34 a 32.


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