Folha de S. Paulo


Prefeito reconhece 'contabilidade paralela' nos custos da Olimpíada

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), reconheceu nesta sexta-feira (21) a possibilidade de existir uma "contabilidade paralela" nos custos da Olimpíada. Ele disse, contudo, que não vai mudar os critérios para a conta oficial do evento.

A Folha revelou que os governos federal e municipal omitem mais de R$ 340 milhões em gastos relacionados com a Olimpíada fora da contabilidade oficial dos Jogos. Para o prefeito, são "custos marginais".

"É óbvio que há custos marginais que vou deixar a critério de vocês. Quem quiser fazer contabilidade paralela faz. Não vou discutir com quem entende de outra maneira. Os governos fizeram um critério que é o oficial. Quem quiser fazer paralelo, pode fazer", disse Paes, em entrevista coletiva no Palácio da Cidade, em Botafogo, zona sul do Rio.

Fazem parte dos itens excluídos da lista oficial de gastos a construção de arquibancadas em três arenas, móveis para vilas dos Atletas e de Mídia, indenização para moradores removidos em área de acesso ao Parque Olímpico e o custeio de órgãos públicos criados para os Jogos.

Paes reconheceu que há gastos relacionados aos Jogos fora dos documentos oficiais que descrevem os gastos. E disse que não pretende incluir todos na matriz.

"Vou dar sugestão para vocês fazerem uma matriz paralela. Ano que vem vou ter que dar horas extras para guarda municipal e operador de trânsito. E não vou colocar na matriz", disse o prefeito.

Paes argumentou que o orçamento dos Jogos "tem uma dinâmica". Mas disse que "há um equilíbrio". "Não partiu de R$ 500 [milhões] e virou R$ 2 [bilhões]."

O prefeito afirmou que pretende publicar todos os contratos da Olimpíada no site da prefeitura "Cidade Olímpica".


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