Folha de S. Paulo


Ouro nos Jogos de 1984, Joaquim Cruz volta como guia no Parapan

Jairo Marques
O ex-corredor brasileiro Joaquim Cruz, 52, vai auxiliar atleta no Para Pan
O ex-corredor brasileiro Joaquim Cruz, 52, vai auxiliar atleta no Para Pan

O ex-corredor brasileiro Joaquim Cruz, 52,ouro nos 800m da Olimpíada de Los Angeles, em 1984, vai voltar às pistas.

Dessa vez, como guia de uma atleta cega, Ivonne Mosquera-Schmidt, 38, da delegação americana dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, que serão abertos nesta sexta-feira (07) à noite na arena Cibc.

Cruz irá orientar os passos velozes de Ivonne em duas provas: nos 1500m, categoria T11 e nos 800m, categoria T12. Nas disputas de para-atletas, as provas são divididas conforme o tipo de deficiência ou grau de comprometimento físico ou sensorial.

Será a primeira vez que ele irá atuar como guia em uma competição oficial. Cruz é o atual treinador da equipe de para-atletismo dos EUA.

"Acompanho muito de perto os meus atletas e não tenho problemas de me ajustar a eles para guiá-los. Estou em sintonia com a Ivonne. Tenho o melhor trabalho do mundo. Ela é muito dinâmica. Meu objetivo é deixá-la preparada para a Paraolimpíada do Rio, no ano que vem", disse Cruz durante entrevista coletiva realizada pelo Comitê Paraolímpico.

Gilbert Iundt - 6.ago.1984/TempSport/Corbis
O brasileiro Joaquim Cruz comemora o ouro nos 800 m em Los Angeles-1984
O brasileiro Joaquim Cruz comemora o ouro nos 800 m em Los Angeles-1984

O fundista brasileiro foi escalado de última hora para compor a delegação do EUA, porque dois guias titulares de Ivonne tiveram problemas com a documentação.

"Não é fácil encontrar um corredor campeão disposto a ser guia de um para-atleta e o trabalho deles é fundamental para nossos resultados. É fantástico ter essa união entre um campeão olímpico e uma atleta paraolímpica, não é algo comum", declarou a corredora, que já enfrentou três câncer, um deles no ano passado.

Em relação a futuras disputas entre corredores americanos e brasileiros nos Jogos do Rio, em 2016, Cruz afirmou que "o ouro dos seus meninos (atletas) é o meu ouro e farei tudo por eles. Se o Brasil tiver no caminho, vou tentar ultrapassá-lo".

O jornalista viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro


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