Folha de S. Paulo


Maior parte dos grandes clubes brasileiros deve parcelar dívidas

A maioria dos 12 principais clubes do Brasil deve aderir ao Profut e refinanciar as suas dívidas de impostos com o governo federal em 240 meses, prazo fixado na lei sancionada na quarta-feira (5) pela presidente Dilma Rousseff.

Atlético-MG, Cruzeiro, Vasco, Santos, Grêmio e Flamengo informaram à Folha que participarão do programa.

Corinthians, Internacional e Botafogo disseram que avaliam o texto final, mas que a adesão é muito provável. Palmeiras, Fluminense e São Paulo disseram que analisam com seus departamentos financeiros e jurídicos a viabilidade da participação.

Os clubes têm até o dia 5 de novembro para confirmar.

O Profut estabelece contrapartidas para que os clubes possam quitar seus débitos, com regras de transparência e boa gestão, como limitar o mandato dos dirigentes a quatro anos, com direito a apenas uma reeleição.

Segundo estimativa do governo federal, as dívidas dos clubes brasileiros em impostos com a União são de R$ 3,7 bilhões. Só os 12 maiores times do país são responsáveis por R$ 1,59 bilhão –ou mais de 40% do total dos débitos.

"Vamos mudar o que é necessário em nosso estatuto, para poder aderir. Me agradou o número de parcelas", disse Daniel Nepomuceno, presidente do Atlético-MG.

O clube mineiro é, segundo números do governo, o grande brasileiro que mais deve à União –valor chega a R$ 282,6 milhões.

O Internacional criou uma comissão formada por alguns diretores para avaliar o texto final, apesar da tendência a aderir. O Botafogo quer analisar os vetos feitos pela presidente para tomar a decisão.

Dilma vetou, por exemplo, a cláusula compensatória, benéfica aos clubes, que determinava a diminuição da multa mínima de rescisão contratual por parte do clube de 100% para 50% dos salários mensais a que teria direito o atleta até o fim da duração do contrato.

"Esses vetos não mudam nada", disse Eurico Miranda, presidente do Vasco.

Por outro lado, os clubes tiveram benefícios com alterações feitas no texto pelo Congresso –e mantidas por Dilma–, como o aumento de 70% para 80% do limite de gastos com a folha salarial do futebol e o fim do déficit zero até 2021, como a versão inicial determinava. O déficit pode chegar a 5%.


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