Folha de S. Paulo


Com 'estrangeiros', Brasil perde final e fica com a prata no polo

A naturalização de estrangeiros não resultou no esperado ouro no polo aquático no Pan-Americano de Toronto, no Canadá. Assim como nos últimos três Jogos, o ouro ficou com os Estados Unidos, que venceu o time brasileiro nesta quarta-feira (15) por 11 a 9.

A equipe que conseguiu o terceiro lugar inédito na Liga Mundial sobre o mesmo Estados Unidos desta vez não conseguiu superar o melhor time das Américas.

A equipe norte-americana manteve o domínio por toda a partida e ficou na frente do placar desde o início. No segundo quarto, o Brasil perdeu a chance de se aproximar do adversário ao perder um pênalti, com o espanhol Adria Delgado. Após esse lance, a equipe não conseguiu mais chegar perto no placar.

A principal aposta no jogo foi o brasileiro-espanhol Fernando Perrone. "Recontratado" após jogar por quase dez anos na Espanha, ele foi o jogador com mais tempo em campo. Marcou três gols, o mesmo que o brasileiro Bernardo Gomes.

POLÊMICA

A derrota ocorreu após polêmica em relação à contratação de quatro estrangeiros para a equipe nacional. Naturalizados, eles reforçaram o time que não conquista uma medalha de ouro desde o Pan de São Paulo-63.

A equipe norte-americana chegou a reclamar formalmente sobre o processo de naturalização dos atletas. Mas não teve sucesso na empreitada.

Dos 13 relacionados para o Pan, quatro são estrangeiros –cubano, croata, espanhol e italiano. A babel surgiu da ânsia de se montar um time competitivo para a Rio-2016.

A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) investiu mais de R$ 2,5 milhões na modalidade, sem tradição nacional, para a Olimpíada. Há quatro edições dos Jogos o Brasil não disputa o esporte.

Tido como um dos melhores do mundo, Felipe Perrone –brasileiro naturalizado espanhol– foi convidado a voltar a defender o país com salário de R$ 20 mil/mês.

Já classificada para a Rio-2016, a equipe com os "gringos" obteve em junho o melhor resultado de sua história: foi bronze na Liga Mundial, na Itália, e venceu potências como EUA e Croácia. Por trás do projeto está outro gringo. O croata Ratko Rudic, 67, tem quatro medalhas olímpicas de ouro e fama de ser um general.

Crédito: Editoria de Arte/Folhapress


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